Flash visual evoked potential in diabetic dogs with cataract / Potencial visual evocado por flashes de luz em cães diabéticos com catarata

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os cães têm apresentado uma maior prevalência de DM nos últimos anos, sendo uma das endocrinopatias mais comuns. As complicações a curto e longo prazo incluem alterações retinianas, renais e neurológicas. Dentre as alterações mais evidentes podemos citar o desenvolvimento de cataratas e alterações nas vias visuais. As alterações das vias visuais são detectadas precocemente por testes eletrofisiológicos, métodos objetivos que independem da informação do paciente e necessitam de pouca colaboração para serem executados. Neste estudo utilizamos o PVE-F, que consiste em potenciais de baixa amplitude registrados quando a retina é submetida à estimulação visual adequada em uma cúpula de campo total, e avalia a integridade das vias ópticas desde a retina até o córtex occipital. Com este estudo objetivamos avaliar as alterações das vias visuais do PVE-F em cães diabéticos portadores de catarata, consoante os critérios da ISCEV. Para o projeto foram utilizados 59 cães, selecionados quanto aos melhores registros e com menor interferência, com idade variando entre 5 e 14 anos, de pequeno à médio porte (até 20kg) de diferentes raças, 46 fêmeas e 13 machos, encaminhados ao Serviço de Oftalmologia do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Os animais foram divididos em 3 grupos: grupo normal (GN) cães adultos hígidos; grupo catarata (GC) cães apresentando catarata madura ou hipermadura; grupo diabético (GD) cães apresentando catarata madura ou hipermadura, com diabetes mellitus. Todos os grupos foram analisados quanto à latência (ms) e quanto à amplitude (V). O registro do PVE foi obtido por eletrodos de contato superficial utilizando o Sistema Eletrodiagnóstico Computadorizado Veris 2000 com frequência de 2Hz totalizando 180 estímulos. Os animais permaneceram com a cabeça introduzida no interior da cúpula geradora dos flashes de luz branca (Ganzfeld) durante todo o exame. Os potenciais foram registrados em ambos os olhos, no olho direito (ocluindo olho esquerdo) e posteriormente no olho esquerdo (ocluindo olho direito). Em relação ao pico P2 houve semelhança entre os olhos examinados, porém os valores das médias do GD foram maiores que os demais, com significância estatística ao GN (p=0,001) e ao GC (p=0,000). O GD apresentou valores de médias: AO 97,72ms; OD 98,10ms e OE 97,21ms. O GC apresentou valores de médias: AO 86,73ms; OD 86,27ms e OE 86,87ms. O GN apresentou valores de médias: AO 73,20ms; OD 74,53ms e OE 74,33ms. A amplitude (µV) dos intervalos N1-P1, P1-N2 e P2-N2 mostrou semelhança entre os grupos estudados (GN, GC e GD). Porém, os intervalos P1-N2 e N2-P2 apresentaram diferenças entre os olhos, com valores de médias de AO maiores em relação ao OD e OE estatísticamente significantes (p=0,000). No estudo realizado, os valores de glicemia estavam maiores no GD, com uma média de 202,79 mg/dl, enquanto que o GN apresentou média de 78,47 mg/dl e o GC 74,80 mg/dl. Conclui-se que as alterações nas vias visuais estão presentes nos cães diabéticos independentemente do tempo de DM, idade e controle glicêmico, e o PVE-F é um teste útil e importante capaz de detectar estas alterações.

ASSUNTO(S)

catarata diabetes mellitus cães cataract visual evoked potential dogs diabetes mellitus potencial visual evocado

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