Fitossociologia e estrutura do componente arbóreo de um remanescente de floresta urbana no Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro RJ. 2010. / Floristic and structure of the tree component of an urban forest remnant in Pedra Branca, Rio de Janeiro - RJ. 2010. 127 p Thesis (Ph.D. in Environmental Science and Forestry, Nature Conservation). Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2010

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura e a florística do estrato arbustivo e arbóreo em áreas de encostas norte e sul, na porção meridional do maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ. Foi testada a hipótese que diferentes orientações de vertente podem influenciar a estrutura e a florística da vegetação. Em uma área amostral de 9.700 m2, distribuídas em dez áreas, foram inventariados 1.508 indivíduos, distribuídos em 324 espécies, 154 gêneros e 52 famílias. As famílias mais ricas em espécies na foram: Myrtaceae, Lauraceae, Fabaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae. O Índice de Diversidade de Shannon- Wiener (H) foi de 5,093 nats/indiv., e a equabilidade (J) foi de 0,881. Na estrutura horizontal as espécies Joannesia princeps, Piptadenia gonoacantha e Pseudopiptadenia contorta, Meternichia princeps, Apuleia leiocarpa, Astrocaryum aculeatissimum, Chrysophyllum flexuosum alcançaram o maior valor de importância fitossociológico. A análise fitossociológica de cada área indicou importantes variações estruturais e florísticas, com tendência à maior diversidade ser encontrada nas áreas de maior altitude e mais distantes do perímetro urbano. Das 324 espécies encontradas no trabalho, 124 ocorreram exclusivamente na vertente norte, 100 na vertente sul e 100 ocorreram em ambas as vertentes. As espécies exclusivas e mais freqüente na vertente norte foram o Brosimum guianense e Annona cacans, Zollernia ilicifolia, Couratari pyramidata, Lecythis pisonis e Gallesia integrifolia. Na vertente sul, as espécies exclusivas que mais se destacaram foram Cariniana estrellensis, Cabralea canjerana, Eugenia microcarpa. A análise de agrupamento entre as dez áreas indicou, em geral, maior semelhança em decorrência da proximidade entre áreas do que pela orientação da encosta, entretanto comparando as vertentes norte e sul mais próximas, observase que os maiores índices de diversidade, a maior proporção de espécies raras e exclusivas e os estágios de sucessão mais avançados foram encontradas na vertente sul. Os casos em que isso não ocorreu foram observados nas áreas mais próximas ao perímetro urbano que, independente da vertente apresentaram menor diversidade florística. A distribuição diamétrica apresentou modelo do J invertido, sendo a amplitude diamétrica bastante variável entre áreas. Não foi encontrado um padrão entre distribuição diamétrica e a orientação da encosta. Comparando a florística do trecho estudado do Maciço da Pedra Branca com outras áreas florestais do Rio de Janeiro, observou-se uma baixa similaridade florística. A maior identidade florística ocorreu com trabalhos realizados na própria Pedra Branca, na Serra da Tiririca, e na Floresta da Tijuca. Trabalhos fora do município apresentaram similaridade florística inferior a 25%. A elevada diversidade da área estudada é reflexo da sua alta heterogeneidade ambiental, relacionada a diferenças na altitude, orientação de encosta, estágio sucessional e histórico de uso, o que coloca a Maciço da Pedra Branca como área estratégica para conservação de espécies do município do Rio de Janeiro.

ASSUNTO(S)

orientação de encosta sucessão florística estrutura da vegetação mata atlântica conservacao da natureza orientation of slope succession floristic vegetation structure atlantic forest

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