Finanças comportamentais: uma aplicação da teoria do prospecto em alunos brasileiros de pós-graduação / Behavioral Finance: an application of the prospect theory in postgraduation brazilian students

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os agentes econômicos sempre tomam decisões a partir de uma análise racional de todas as opções envolvidas e escolhem aquela que implica maior utilidade. Tamanha racionalidade, contudo, passou a ser questionada face ao estouro de bolhas especulativas nos principais mercados financeiros internacionais a partir do ano 2000, trazendo à tona o arcabouço teórico das Finanças Comportamentais. Essa ramificação das finanças modernas, cujo início remonta aos anos 1970, assume serem os agentes econômicos dotados de uma racionalidade dita limitada. Isso é resultado, segundo Daniel Kahneman e Amos Tversky, laureados com o Prêmio Nobel de Economia em 2002, do uso de heurísticas que simplificam o processo decisório. Exemplos dessas regras de bolso são a facilidade com que idéias vêm à mente (disponibilidade), a influência de eventos passados no processo decisório (representatividade) e a existência de um referencial capaz também de impactar a tomada de decisão (ancoragem). O uso sistemático dessas heurísticas levaria a uma tendência de avaliação de forma parcial de perspectivas futuras envolvendo incerteza e risco, que os autores denominaram Efeitos Certeza, Reflexão e Isolamento, que, por sua vez, também influenciaria o processo decisório, culminando na elaboração da chamada Teoria do Prospecto. Tendo como base a Teoria do Prospecto e a existência de comportamentos decisórios viesados, preconizados pelas Finanças Comportamentais, o presente trabalho procurou identificar se os principais postulados dessa ramificação das Finanças Modernas se aplicam a estudantes brasileiros de pós-graduação no que tange a decisões de investimento. O método utilizado foi a aplicação de uma adaptação do questionário utilizado em um dos principais trabalhos de Daniel Kahneman e Amos Tversky. Nesse sentido, foi testada a existência dos Efeitos Certeza, Reflexão e Isolamento. Além disso, procurou-se efetuar e analisar correlações entre características dos respondentes e seu comportamento frente às decisões de investimento presentes no questionário adaptado. Os resultados apontaram para a existência de comportamentos viesados, caracterizados pela presença dos Efeitos Certeza, Reflexão e Isolamento. Na mesma direção, foi possível confirmar correlações entre a existência de tais comportamentos viesados e algumas características dos respondentes. Dentre as principais conclusões, homens apresentaram comportamento mais viesados, assim como estudantes com graduação em Administração de Empresas, sem experiência na área financeira nem com gestão de recursos de terceiros, com vínculo empregatício formal e que analisam com mais periodicidade o desempenho de seus investimentos.

ASSUNTO(S)

decision making finanças finance investimentos investment tomada de decisão

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