Fetichismo da mercadoria e subjetividade contemporÃnea: uma anÃlise psicossocial da crise do potencial de transcendÃncia à realidade imediata no quadro das novas geraÃÃes de jovens / FÃtichisme de la marchandise et subjectività contemporaine: une analyse psicossociale de la crise du potentiel de transcendance à la rÃalità immÃdiate dans le cadre de nouvelles gÃnÃrations de jeunes

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/12/2011

RESUMO

O presente estudo busca estabelecer relaÃÃes crÃticas entre o fetichismo da mercadoria e o que chamamos de crise no potencial de transcendÃncia à realidade imediata no quadro das novas geraÃÃes de jovens. Portanto, trata de refletir sobre as capacidades utÃpicas do homem enquanto um ser nÃo apenas preso ao real, mas um ser passÃvel de criar o possÃvel para alÃm da realidade estabelecida. Essas reflexÃes nasceram de uma inquietaÃÃo advinda de minha prÃtica docente de quase dez anos com jovens, na faixa etÃria entre 13 a 18 anos. Esse tempo possibilitou observar vÃrios aspectos relacionados aos comportamentos e pensamentos dos jovens, em especial, com relaÃÃo ao consumo e Ãs formas de adesÃo aos ideais subjetivos transmitidos pelas mercadorias, via publicidade. Em termos teÃricos, uma releitura da crÃtica de Marx ao Fetichismo da Mercadoria fez-se fundamental para compreendermos, contemporaneamente, um novo nÃvel de fetichismo referente ao nÃvel do desejo. Ou seja, atualmente a mercadoria nÃo seria mais apenas aquela que determina a vida social objetivamente por se instalar como a priori tÃcito, mas tambÃm passa a ser objeto de identificaÃÃo idealizada por parte dos consumidores. Deste modo, a lÃgica da mercadoria na contemporaneidade pretende criar um mundo em que nada precisa ser renunciado, um universo espetacular em que haveria um processo de pacificaÃÃo entre indivÃduo e sociedade. Nesta perspectiva, nossa hipÃtese à a de que vem ocorrendo uma paulatina perda do potencial de transcendÃncia nos jovens em prol de uma adesÃo inconteste ao presente imediato. O conceito de fetichismo da mercadoria em Marx, bem como as reflexÃes desenvolvidas pelos teÃricos da Escola de Frankfurt, notadamente Marcuse, Adorno e Benjamin, constituem a base teÃrica principal de nosso estudo, alÃm de autores mais contemporÃneos como Debord, Kurz, Jappe, Kehl, Freire Costa, Bauman, Dufour, Jacoby, Ramos e Severiano. Trata-se de um estudo preponderantemente teÃrico que se vale metodologicamente, alÃm dos autores mencionados, das âMemÃrias do autorâ â memÃrias por mim estruturadas a partir das anotaÃÃes de aula referentes a temÃticas mais significativas para nosso objeto de estudo. Nossas anÃlises indicam a existÃncia de uma idealizaÃÃo dos objetos de consumo nos jovens; um culto ao imediato; alÃm de um culto ao prazer ligado nÃo apenas ao consumo de objetos, mas sobretudo ao consumo de pessoas, considerados por vezes, supÃrfluos e efÃmeros. Nossas reflexÃes finais apontam nÃo para uma absoluta identificaÃÃo entre real e possÃvel, mas para uma tendÃncia a que o terreno do real, presidido pela lÃgica mercantil, mantenha cativo o terreno do possÃvel.

ASSUNTO(S)

psicologia social fetichismo da mercadoria educaÃÃo consumo juventude utopia fÃtichisme de la marchandise Ãducation consommation jeunesse utopie fetichismo da mercadoria jovens como consumidores tecnologia e civilizaÃÃo

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