Festa, a manifestaÃÃo de um povo : a hospitalidade do imigrante italiano em SÃo Paulo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Este trabalho visa focalizar aspectos da hospitalidade da Festa de N. Sra. de Casaluce, realizada pela igreja do mesmo nome na cidade de SÃo Paulo, no bairro do BrÃs, hà mais de cem anos, e que tem no mundo somente uma equivalente, realizada pela outra Ãnica igreja consagrada à Madona de Casaluce, na cidade homÃnima. Para apreender a dimensÃo dessa festa, buscar-se-à tambÃm qual o significado para aqueles que a organizam e para aqueles que dela participam, pois nÃo se pode esquecer que a Festa de Casaluce, ambiente hospitaleiro por excelÃncia, sà o à em virtude das pessoas que compÃem todo um mosaico de alegria, expansibilidade, de bem receber e de aceitar aquilo que lhe à ofertado. A compreensÃo de festa, porÃm, passa naturalmente pela busca das circunstÃncias da vinda do imigrante italiano, especialmente aquele que chegou entre 1870 e 1900, e trouxe para o Brasil o culto à Madona Negra. Imigrantes provenientes nÃo sà da cidade de Casaluce, pertencente à provÃncia de Caserta, mas tambÃm da regiÃo de NÃpoles, uma vez que, pela proximidade, a colÃnia napolitana, alÃm de ter como padroeiro San Genaro, tambÃm presta culto a N. Sra. de Casaluce. Em sua nova terra, em 1900, por meio da construÃÃo de uma igreja por pessoas integrantes da comunidade napolitana, e da realizaÃÃo de uma festa em homenagem à sua santa de devoÃÃo, ele, imigrante, externava um sentimento religioso de uma forma acolhedora, pois recebia de braÃos abertos quem desejasse participar das comemoraÃÃes. A hospitalidade, nesse caso, apresenta-se em dois aspectos distintos: em um primeiro momento, a partir da chegada dos imigrantes ao Brasil, sua acolhida pelos habitantes do novo paÃs, bem como sua adaptaÃÃo e integraÃÃo à nova vida; em um segundo momento, quando da implantaÃÃo em sua nova terra, da festa de N. Sra. de Casaluce, na qual SÃo Paulo e seus habitantes, que acolheram os estrangeiros, foram presenteados por eles com um gesto amplo de hospitalidade ao nÃo restringirem as comemoraÃÃes somente à colÃnia napolitana, mas estendendo o convite para participar a todo aquele que assim o desejasse. A Festa de Casaluce, como toda festa, à vista como um momento mÃgico, em que o tempo nÃo obedece aos padrÃes do cotidiano, onde as pessoas tornam-se atores de um espetÃculo que nunca se repete da mesma maneira, apesar de jà terem sido realizadas 104 festas, nos 104 anos da inauguraÃÃo da igreja pelos imigrantes napolitanos. Em termos metodolÃgicos, foi utilizada pesquisa bibliogrÃfica, incluindo, alÃm de livros e documentos, filmes, registros fonogrÃficos e pesquisa qualitativa, com entrevistas feitas com o pÃroco e os colaboradores da igreja de Casaluce, bem como com os organizadores da festa.

ASSUNTO(S)

hotelaria turismo imigrantes italianos hotelaria - administraÃÃo turismo - hotelaria integraÃÃo social

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