Fenologia e diversidade morfológica de etnovariedades de batata-doce (Ipomoea batatas) do Vale do Ribeira
AUTOR(ES)
Veasey, Elizabeth Ann, Silva, Jurema Rosa de Queiroz, Rosa, Mariana Silva, Borges, Aline, Bressan, Eduardo de Andrade, Peroni, Nivaldo
FONTE
Scientia Agricola
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-08
RESUMO
Avaliou-se a diversidade fenotípica de etnovariedades de batata-doce através de descritores morfológicos, visando verificar como esta diversidade está distribuída em nível de roças e comunidades do Vale do Ribeira, SP, Brasil. Foram avaliados, no total, 74 acessos, envolvendo 53 etnovariedades, coletadas em 30 roças, distribuídas em 18 comunidades de agricultores que praticam agricultura tradicional nos municípios de Iguape, Ilha Comprida e Cananéia, somadas a quatro variedades comerciais adquiridas em varejões de Iguape e Piracicaba. A avaliação foi realizada em condições experimentais ex situ em Piracicaba, SP. Foram avaliados nove descritores fenológicos e florais, nove descritores morfológicos da parte aérea e cinco da raiz. Os 14 descritores de parte aérea e raiz foram transformados em dados binários, totalizando 74 atributos. Foi realizada uma análise de agrupamento, empregando-se o coeficiente de similaridade de Jaccard e o método aglomerativo UPGMA (unweighted pair group method with arithmetic mean). Os dados binários foram também submetidos a uma análise de variância (AMOVA). Não se detectou formação de grupos definidos, indicando que não há estruturação espacial da diversidade para as etnovariedades, mas observou-se grande variação morfológica (índice de Jaccard variando de 0,12 a 1,0) na região estudada. A maior parte da variabilidade encontra-se distribuída dentro de roças (64,4%), seguida pela distribuição entre roças dentro de comunidades (27,1%) e entre comunidades (8,4%). Portanto, os agricultores tradicionais no Vale do Ribeira cultivam em suas roças grande diversidade morfológica de batata-doce, cuja origem pode ter sido gerada pelo sistema reprodutivo da espécie por alogamia, por eventuais mutações somáticas e pelo amplo sistema de trocas entre agricultores em âmbito local e regional.
ASSUNTO(S)
agricultura tradicional diversidade fenotípica morfologia variabilidade variedades tradicionais
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