Faunistic and geographic distribution of benthic hydroids (Cnidaria, Hydrozoa) from southwestern Atlantic / Faunística e distribuição geográfica de hidróides bentônicos (Cnidaria, Hydrozoa) do sudoeste do Atlântico
AUTOR(ES)
Thaís Pires Miranda
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O aprofundamento de estudos faunísticos e taxonômicos é essencial para a inferência de áreas de distribuição geográfica e, conseqüentemente, de áreas de endemismo. Estes estudos são incipientes para o ambiente marinho, incluindo o sudoeste do Atlântico, particularmente em relação aos cnidários. Os principais objetivos deste estudo foram (1) levantar a fauna de hidróides bentônicos da região entre Cabo Frio (Brasil) e Terra do Fogo (Argentina) e (2) inferir a distribuição geográfica das espécies levantadas, buscando uma eventual caracterização de áreas de endemismo. No total, 181 morfoespécies de hidróides foram registradas, sendo que destas, 10 são registros novos para a região (Aglaophenia trifida, Antennella secundaria, Cryptolarella abyssicola, Filellum contortum, Lafoea coalescens, Lovenella gracilis, Macrorhynchia grandis, ?Nemertesia ciliata, Sertullarella leiocarpa e Zygophylax sibogae) e 9 são espécies endêmicas (Corymorpha januarii, Ectopleura obypa, Eudendrium caraiuru, Hydractinia uniformis, Lytocarpia canepa, Parascyphus repens, Plumularia insignis, Ralpharia sanctisebastiani, Symplectoscyphus magellanicus) para a área. A riqueza de espécies teve uma pequena diminuição com o aumento da latitude e diminuiu drasticamente em águas mais profundas (abaixo das isóbatas de 100 e 1000m). A análise de PCA demonstrou que os substratos Algae, Hydrozoa, Mollusca, Porifera e Rocha apresentaram os maiores números de ocorrência de morfoespécies de hidróides. A análise de cluster resultou na delimitação de três grupos de fauna: (1) brasileiro costeiro, (2) uruguaio-argentino e (3) oceânico contínuo por toda a área amostrada. Em relação às áreas de endemismo, as análises com o NDM-VNDM resultaram em duas principais áreas endêmicas costeiras para o litoral do Brasil (entre 22-24°S 43-46°W e entre 26-29°S 48-49°W), sendo que a metodologia PAE resultou em quatro áreas endêmicas para a região de estudo: (1) áreas costeiras contínuas para o Brasil ou Argentina; (2) áreas costeiras e contínuas entre o Brasil e Argentina; (3) áreas oceânicas contínuas entre Cabo Frio e Terra do Fogo; (4) áreas restritas à região do rio da Prata. Nossos resultados revelaram que a correspondência entre as faunas de profundidade brasileira e de regiões mais rasas do litoral argentino pode estar relacionada com o regime de frentes oceânicas atuantes no sudoeste do Atlântico. Além disso, análises incluindo exclusivamente espécies de hidróides que produzem medusa em seus ciclos de vida resultaram em áreas de endemismo mais restritas à costa em relação às espécies que formam somente gonóforos fixos. Estes resultados contradizem o paradigma clássico que associa a presença de medusa com a alta capacidade dispersiva das espécies.
ASSUNTO(S)
fauna geographic distribution distribuição geográfica fauna hydrozoa hydrozoa
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