Fatores prognósticos nas gastrectomias com linfadenectomia D2 por adenocarcinoma gástrico
AUTOR(ES)
Castro, Osvaldo Antonio Prado, Malheiros, Carlos Alberto, Rodrigues, Francisco César Martins, Ilias, Elias Jirjoss, Kassab, Paulo
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-09
RESUMO
RACIONAL: A disseminação linfática é significativamente mais prevalente do que a hematogênica no câncer gástrico e assim torna-se importante o tratamento loco-regional, ou seja, a ressecção cirúrgica associada à linfadenectomia, preferencialmente do tipo D2. OBJETIVO: Avaliar a sobrevivência global nos pacientes submetidos à gastrectomia D2 por adenocarcinoma gástrico; determinar os principais fatores prognósticos e definir variáveis que possuam valor prognóstico independente. MÉTODOS: Estudo prospectivo em 125 pacientes submetidos à gastrectomia D2, entre agosto de 1997 e outubro de 2005. A técnica adotada seguiu rigorosamente o protocolo proposto pelo Centro Nacional de Câncer de Tóquio. RESULTADOS: Havia 73 homens e 52 mulheres com idades que variaram de 28 a 84 anos (média de 58,96 ± 14,01). Setenta por cento das lesões situavam-se na porção distal do estômago, 20% eram proximais e 10% ocupavam os três segmentos anatômicos do órgão. Os estádios estavam assim distribuídos: I - 37 casos (29,6%), II - 20 casos (16%), III - 37 casos (29,6%), e IV - 31 casos (24,8%). Realizou-se 87 gastrectomias subtotais e 38 totais. A morbidade total foi de 26,4%, constituindo-se predominantemente de fístulas e complicações pulmonares. A letalidade foi de 9,6%. Após seguimento médio de 48 meses, 68 (54,4%) pacientes tinham falecido, representando sobrevivência global de 45,6%. As análises univariada e multivariada revelaram que: tumores que acometiam grandes segmentos do estômago, lesões que acometiam além da serosa (T3 ou T4), comprometimento neoplásico em mais de sete linfonodos (N2 ou N3), presença de metástases à distância (M1) e o estádio III e IV da doença, estavam relacionados diretamente com pior prognóstico. CONCLUSÃO: Menos da metade dos pacientes encontrava-se vivo após seguimento médio de quatro anos; o estádio TNM isolado constituiu-se no principal fator prognóstico, sendo que a extensão do comprometimento tumoral na câmara gástrica, o estádio da doença, a ocorrência de metástases a distância e principalmente a presença de metástases linfonodais, constituíram-se em variáveis com valor prognóstico independente.
ASSUNTO(S)
neoplasias gástricas adenocarcinoma gastrectomia excisão de linfonodo prognóstico
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