Fatores prognósticos na cirurgia da epilepsia do lobo temporal mesial

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-06

RESUMO

Oitenta e quatro pacientes submetidos a lobectomia temporal anterior foram avaliados retrospectivamente com o intuito de correlacionar os diferentes tipos de crises parcias simples (CPS) e suas implicações prognósticas nos pacientes com esclerose mesial temporal. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a classificação de Engel: o Grupo 1 (53 pacientes) englobando os pacientes Classe I (sem crises ou de boa evolução) e o Grupo 2 (31 pacientes) abrangendo as Classes II, III, IV (com crises ou de má evolução). Os grupos foram comparados e os resultados mostraram não haver diferença estatística, quanto aos aspectos demográficos como sexo, lado da cirurgia, idade de início das crises e tempo de acompanhamento pós-operatório dos pacientes. A análise estatística não mostrou relação entre evolução clínica e o tipo de CPS, assim como não mostraram as CPS ter um valor na localização do lado acometido. No entanto, quando os dois grupos foram comparados estatisticamente com relação às idades dos pacientes na ocasião da cirurgia e ao tempo decorrido a partir do início das crises até a intervenção cirúrgica, observou-se que o Grupo 1 (de melhor evolução) conviveu com as crises por intervalo de tempo menor (p<0,05) e realizou as cirurgias em idades mais precoces (p<0,02) do que as correspondentes do Grupo 2 (de pior evolução). A presença ou o tipo de CPS não pode ser um fator usado na determinação prognóstica; a cirurgia deve ser considerada tão breve seja demonstrada resistência ao tratamento clínico.

ASSUNTO(S)

crise parcial simples esclerose hipocampal esclerose mesiotemporal epilepsia temporal cirurgia de epilepsia

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