Fatores de risco para raquianestesia em recém-nascidos pré-termo submetidos a herniorrafia inguinal

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-06

RESUMO

OBJETIVOS: Investigar os fatores de risco e a incidência de efeitos adversos perioperatórios advindos da raquianestesia não suplementada em recém-nascidos pré-termo. Também foi avaliado o tempo decorrido até o reinício da alimentação oral e até a alta hospitalar. MÉTODOS: Foram coletados prospectivamente os dados perioperatórios de todos os recém-nascidos prematuros e ex-prematuros submetidos a herniorrafia inguinal com raquianestesia em um centro médico terciário. RESULTADOS: O grupo de estudo consistiu em 144 recém-nascidos com uma idade gestacional mediana de 30 semanas, idade concepcional de 37 semanas, peso de nascimento de 1.420 g, e peso de 2.140 g no momento da cirurgia. No total, seis (4,2%) recém-nascidos apresentaram complicações intraoperatórias, que incluíram apneia (2/1,4%), bradicardia (2/1,4%) e hipoxemia (4/2,8%). Complicações pós-operatórias ocorreram em 15 (10,4%) recém-nascidos, principalmente hipoxemia (3/2,1%), bradicardia (8/5,5%) e apneia (6/4,1%). Os fatores preditivos de desfecho desfavorável (apneia, alimentação oral > 6 h de pós-operatório, ou alta > 30 h de pós-operatório) foram displasia broncopulmonar [razão de chances (OR) = 3,2, intervalo de confiança de 95% (IC95%) 2,8-5,3; p = 0,01] e leucomalácia periventricular (OR = 2,8, IC95% 2,1-4,9; p = 0,03). CONCLUSÕES: A raquianestesia é segura e eficaz na herniorrafia inguinal em recém-nascidos pré-termo, levando a um reinício precoce da alimentação oral e a um menor período de hospitalização. Displasia broncopulmonar e leucomalácia periventricular podem acarretar risco de desfecho desfavorável.

ASSUNTO(S)

raquianestesia apneia pós-operatória alimentação oral alta hospitalar recém-nascidos pré-termo

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