Fatores de risco para infecção relacionada a cateter venoso central de curta permanencia em unidade de terapia intensiva pediatrica de um hospital universitario

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A infecção associada à terapia intravenosa e ao uso dos cateteres vasculares é wn importante fator de morbidade em terapia intensiva. A maioria das informações sobre o tema, disponíveis na literatura indexada, refere-se a estudos em adultos. Este trabalho foi motivado pelas altas taxas de infecção relacionada ao cateter venoso central na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas e visou compreender os riscos envolvidos e ampliar o conhecimento do tema em Pediatria. Teve como objetivo identificar fatores de risco para o desenvolvimento de infecção relacionada a cateter venoso central de curta permanência, inserido por punção (CVC), em terapia intensiva pediátrica. Foram descritos aspectos do diagnóstico e manuseio da infecção. A partir de um estudo caso-controle com 51 pares de pacientes, analisaram-se características dos pacientes e aspectos técnicos de inserção e utilização dos cateteres. Também foi verificada a eficiência do escore Pediatric Risk of Mortality (PRISM) em discriminar crianças com risco de desenvolver a infecção relacionada a CVC. Entre os microorganismos encontrados houve discreto predomínio dos Oram-positivos. Em ordem decrescente, os agentes mais isolados nas hemoculturas foram: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter sp. Na maioria dos pacientes tratados com antimicrobianos, a duração da terapia foi de sete a catorze dias, sem que ocorressem complicações tardias. Cefazolina e amicacina, isoladas ou juntas, compuseram os esquemas terapêuticos mais freqüentemente utilizados (50%); o uso de cefalosporinas de terceira geração e vancomicina foi menos expressivo (23,6%) e não houve utilização de antibióticos de geração mais recente. O motivo de intemação insuficiência respiratória, o tempo de intubação maior de sete dias e o tempo de internação maior de quinze dias estiveram relacionados ao aparecimento da infecção por CVC. O escore PRISM não discriminou pacientes com risco de aparecimento de infecção relacionada ao CVC. Maior freqüência de infecção ocorreu quando o cenário de inserção do cateter foi a unidade de terapia intensiva pediátrica, mas não houve influência do operador do procedimento nem do sítio de inserção. A infecção relacionada ao CVC não teve relação com a transfusão de hemoderivados, mas sim com a administração de nutrição parenteral central. A análise de regressão logística multivariada mostrou como fatores de risco o cateter inserido subseqüentemente ao primeiro (p=O,014) e o tempo de permanência do cateter (p= 0,0013). Esta análise também evidenciou como fatores de proteção o uso de antibióticos durante a permanência do CVC (p= 0,0005) e o uso intermitente do cateter, associado ao preenchimento com heparina, quando comparado à infusão contínua (p=0,0002)

ASSUNTO(S)

avaliação de riscos de saude infecção hospitalar cateterismo venoso central tratamento intensivo pediatrico unidade de tratamento intensivo

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