Excesso de peso entre menores de cinco anos em municípios do semiárido

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-12

RESUMO

OBJETIVO: Medir a prevalência e identificar fatores associados ao excesso de peso entre menores de cinco anos residentes em dois municípios do semiárido piauiense. MÉTODOS: Entrevistadores previamente treinados visitaram todos os domicílios desses municípios e aplicaram às mães das crianças um questionário padrão, buscando informações sobre características demográficas maternas e da criança, nível socioeconômico da família, assistência recebida durante a gestação e na hora do parto, e padrão de amamentação e dieta. O excesso de peso (>+ 1 desvio padrão em relação à mediana da população de referência) foi calculado transformando-se o índice de massa corpórea em escore Z, conforme as curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na análise estatística, utilizou-se a regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. RESULTADOS: A prevalência de excesso de peso entre as 1.640 crianças estudadas foi de 30,2% (IC95% 27,9 - 32,4). Essa prevalência variou de 13,2% entre as nascidas com < 2.500 g a 43,4% entre aquelas com idade entre 12 e 23 meses. A análise ajustada mostrou que crianças com idade entre 48 e 59 meses mostraram RP = 1,42 (1,07 - 1,86) para excesso de peso em relação àquelas com idade entre 0 e 11 meses, enquanto para as pertencentes ao maior quartil de renda RP = 1,44 (1,17 - 1,76) quando comparadas àquelas do menor quartil. Por fim, crianças nascidas com peso ≥ 3.500 g apresentaram RP = 2,32 (1,33 - 4,05) para excesso de peso em relação às nascidas com baixo peso (< 2500 g). CONCLUSÃO: Mesmo no semiárido, a prevalência de excesso de peso é elevada, o que evidencia a necessidade de intervenção precoce para reversão do quadro.

ASSUNTO(S)

sobrepeso obesidade crianças prevalência fatores de risco estado nutricional

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