Evidências preliminares da eficácia do gel contendo própolis na prevenção e no tratamento da mucosite e da candidose bucais em pacientes submetidos a radioterapia em região de cabeça e pescoço

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/06/2011

RESUMO

O tratamento para o câncer de cabeça e pescoço envolve cirurgia para ablação do tumor, radioterapia e quimioterapia. Durante os tratamentos de radioterapia e de quimioterapia, pode-se observar comorbidades que levam a uma considerável perda de qualidade de vida e até mesmo a interrupção do tratamento por óbito. As comorbidades mais conhecidas são a mucosite e a candidose. Diversos medicamentos têm sido sugeridos para tratamento da mucosite, entretanto nenhum deles apresenta características farmacológicas que sejam efetivas quando associadas a uma permanência ideal na cavidade bucal. Medicamentos livres de álcool, que sejam eficazes no combate a mucosite e a candidose e que reúnam propriedades farmacológicas ideais aliadas a aderência na cavidade bucal, sem efeitos colaterais e que tragam conforto para o paciente são alvo de estudos recentes. A própolis é um produto natural já utilizado pela população desde a antiguidade, que possui atividade analgésica, anti-inflamatória, antimicrobiana e cicatrizante. Essas características da própolis já comprovadas em estudos in vitro, aliadas à inexistência de efeitos colaterais associadas a um gel mucoaderente cria uma expectativa de grande conforto para a prevenção e o tratamento da musosite e candidose sobreposta observada durante e após a radioterapia. No período de Setembro/10 a Março/11 foram selecionados 33 pacientes sendo 27 (81,8%) do sexo masculino e 6(18,2%) do sexo feminino com idade média de 57,36 anos (± 11,20). Em relação a cor da pele 19 (57,6%) eram brancos. Grande parte dos pacientes são ex-fumantes com 23 (69,7%) pacientes. O tipo histológico mais presente foi o carcinoma de células escamosas com 31(93,9%) pacientes. Foi coletado a saliva de 21 pacientes antes do inicio do uso da própolis e destes 31(93,9%) apresentaram C. albicans, 1(4,7%) apresentou C. kefyr e 14(66,6%) não apresentavam leveduras. Após o uso do gel a população de Candida sp. tornou-se mais variada com 4 (30,7%) pacientes apresentando C. albicans, 2(15,4%) C. kefyr e 2(15,4%) não apresentaram leveduras. Para C. tropicallis, C. parapsilosis, C. krusei, apenas 1(7,7%) paciente para cada uma destas espécies. A resistência aos antifúngicos foi mais evidente para o fluconazol e miconazol tanto previamente ao uso do gel quanto após o uso deste. As 6 cepas de C.albicans encontradas previamente ao uso do gel são resistentes ao fluconazol. Após o uso do gel das 6 cepas de C. albicans 3(50%) são resistentes ao fluconazol e 5(83,3%) são resistentes ao miconazol. O gel contendo própolis foi bem aceito pelos pacientes e a sua eficácia pode ser comprovada pela avaliação do gel contendo própolis dos 13 (39,4%) pacientes com dados completos utilizando-se a análise de segmentação. O resultado do teste Exato de Fisher mostrou associação entre a presença de mucosite em 4 semanas de uso de própolis e os clusters (p=0,026). No cluster 2 formado por pacientes que utilizaram o gel de própolis de forma preventiva, nenhum paciente desenvolveu mucosite nas 4 semanas de acompanhamento.

ASSUNTO(S)

própole - teses câncer - radioterapia - teses câncer - quimioterapia - teses pescoço - câncer - teses antimicóticos - teses neoplasias de cabeça e pescoço/terapia decs própole/uso terapêutico decs

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