Evaluation of collaborative teachings possibilities in the school inclusion process of the student with mental deficiency. / Avaliação das possibilidades do ensino colaborativo no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência mental.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Cada dia mais a escola enfrenta o desafio de ensinar com qualidade todos os alunos, mas, sem ter muito sucesso em lidar com a diversidade porque se constata a ausência de uma política séria e efetiva de educação inclusiva, na maioria dos sistemas escolares. No caso dos alunos com necessidades educacionais especiais, o acesso a uma classe comum, nas escolas, ainda continua mínimo e persistem várias questões não resolvidas sobre como operacionalizar na prática o princípio filosófico da inclusão escolar, de modo a promover, não apenas a socialização, mas também, o rendimento escolar desses alunos. Uma alternativa amplamente enfatizada tem sido a necessidade de melhorar a qualificação dos professores que já se defrontam com esses alunos em suas turmas. E, a literatura científica de países mais experientes em práticas de inclusão escolar aponta o trabalho colaborativo no contexto escolar como uma estratégia em ascensão que tem se mostrado efetiva, tanto para solucionar problemas diversos relacionados ao processo de ensino aprendizagem quanto para promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos educadores. O objetivo deste estudo consistiu em verificar as implicações de uma das formas de trabalho colaborativo na escola, denominado ensino colaborativo que envolve basicamente o estabelecimento de uma parceria entre professores de ensino comum e especial. O estudo foi conduzido em duas escolas de ensino fundamental, mais diretamente, em quatro turmas de 1 a 4 série nas quais estavam inseridos seis alunos com deficiência mental. Antes e depois da intervenção foram coletadas medidas de desempenho acadêmico e social de todos os alunos das quatro turmas. A intervenção baseada no ensino colaborativo envolveu o estabelecimento de uma parceria com apoio sistemático do professor de ensino especial dentro da classe comum, juntamente com o professor do ensino comum, em alguns dias da semana, além de atividades extra-classe de planejamento, reflexão sobre a prática, reuniões com familiares, reuniões com o coletivo da escola e estudos dirigidos. A intervenção em cada turma durou de um semestre a um ano, e o estudo teve duração total de dois anos, compreendendo o acompanhamento nas quatro turmas. Após a etapa de intervenção foram coletadas medidas de validade social baseada nas opiniões das professoras e das famílias sobre o ensino colaborativo. Os resultados indicam que todos os seis alunos tiveram evolução no desempenho tanto acadêmico como de socialização, ainda que se observe discrepância considerável em comparação ao rendimento médio da turma. Para todas as professoras o ensino colaborativo possibilitou desenvolvimento pessoal e profissional, mas algumas dificuldades surgiram no tocante principalmente às atividades conjuntas no ambiente de sala de aula. Os familiares consideraram que seus filhos melhoraram e sentiram-se mais seguros pelo fato de ter duas professoras na sala. O estudo indicou ainda que o ensino colaborativo foi avaliado como efetivo enquanto estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional dos professores envolvidos em práticas que visam à inclusão escolar. Como implicações do estudo discute-se a necessidade de mudanças na cultura da formação inicial e continuada de professores do ensino comum e especial de modo a prepará-los para atuar efetivamente em colaboração. Discute-se ainda a necessidade de redefinir o papel do professor de ensino especial para atuar prioritariamente como apoio centrado na classe comum e não apenas em serviços que envolvam a retirada dos alunos com necessidades educacionais especiais da turma ou, exclusivamente, em serviços segregados.

ASSUNTO(S)

educacao especial ensino colaborativo teacher education professores - formação teaching collaborative deficiência mental inclusão escolar school inclusion mental deficiency educação especial special education collaborative research

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