Estudos sobre xifidiocercarias (Trematoda) e seu parasitismo em larvas de mosquitos (Diptera : Culcidae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a ocorrência de xifidiocercárias na região de Campinas e em duas localidades no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo e estudar o parasitismo das mesmas sobre larvas de mosquitos da família Culicidae em condições experimentais. Realizaram-se coletas de moluscos em corpos de água doce na região de Campinas e nos municípios de Registro e Miracatu no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, no período de setembro de 1996 a fevereiro de 1999. Foram coletadas as espécies Lymnaea columella, Physa marmorata, Biomphalaria tenagophila, Drepanotrema cimex e D. lucidum. Também foram coletados exemplares de Biomphalaria e Drepanotrema os quais não foram dissecados para a confirmação da espécie, podendo pertencer à uma das espécies acima identificadas. Após a exposição dos moluscos à luz incandescente de 60 W encontrou-se exemplares de limneídeos provenientes de Miracatu, SP, apresentando uma variação de 0,2 a 1,0% de parasitismo por cercárias de Fascio/a hepatica, 0,4 a 8,3% de parasitismo por xifidiocercárias (Haematoloechidae) e 3,3% de parasitismo por cercárias de equinostomatídeo, além de moluscos planorbídeos parasitados por furcocercárias (prevalência de 1,5%), cercárias de equinostomatídeo com 14,1% de prevalência e 1,5 a 15,6% de parasitismo por xifidiocercárias. As xifidiocercárias encontradas em planorbídeos eram diferentes das obtidas de limneídeos. Em Louveira, SP, foi encontrado um exemplar de Biomphalaria sp. parasitado por furcocercárias (1,9%). Na localidade ROSA em Campinas, SP encontrou-se um exemplar de Biomphalaria sp. e um de L. columella parasitados por furcocercárias (7,6%) e cercárias de equinostomatídeo (1,5%), respectivamente. Na lagoa da UNlCAMP, atrás da Faculdade de Educação Física (UNI-I), também em Campinas, encontrou-se um exemplar de L. columella parasitado por furcocercárias (2,3%). Três exemplares de B. tenagophila provenientes de Miracatu, estavam duplamente infectados por furcocercárias, tanto com ocelo como sem esta estrutura totalizando 3,8% de parasitismo por estas cercárias, além de seis moluscos da mesma espécie (4,3%) com infecção dupla por xifidiocercárias e cercárias de equinostomatídeo. Dois exemplares de L. columella da mesma localidade, também apresentaram infecção dupla por xifidiocercárias e cercárias de F. hepatica (4,4%) e um exemplar com xifidiocercárias e equinostomatídeo (1,7%). Houve também infecção dupla por xifidiocercárias e rédias em quatro moluscos, que apresentou parasitismo variando de 1,2 a 3,2%. Estudou-se a morfologia das xifidiocercárias eliminadas por L. columella e comparou se com descrições de outros autores. Com estes estudos, concluiu-se que as mesmas pertenciam a subordem Plagiorchiata, fanúlia Haematoloechidae, mais provavelmente gênero Haematoloechus. Tais cercárias, quando colocadas em contato com larvas de mosquitos das espécies Culex quinquefasciatus, Aedes albopictus ou Ae. aegypti, penetraram e encistaram nas larvas, formando as metacercárias. Observou-se em geral atraso no desenvolvimento das larvas de culicídeos parasitadas, que na maioria das vezes evoluíram até a morte. A infecção nas larvas foi sempre de 100% e a mortalidade máxima nos experimentos foi de 72,2% para larvas de Cx. quinquefasciatus, 100% para Ae. albopictus e 95% para Ae. aegypti. Verificou-se ainda, que quando não ocorreu a morte das larvas infectadas pelas xifidiocercárias, destas emergiam adultos infectados com metacercárias vivas e bem ativas. Também foi feita uma simples infecção experimental em rãs da espécie Rana catesbeiana, considerando-se anfibios como possíveis hospedeiros definitivos. Larvas de mosquito parasitadas por xifidiocercárias foram oralmente administradas às rãs, mas não foi possível recuperar nenhum trematódeo nos órgãos dos anfibios

ASSUNTO(S)

prevalencia parasitismo mortalidade cercarias

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