Estudo Retrospectivo da Toxoplasmose Adquirida Ocular - 47 casos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: a forma mais comum de apresentação da toxoplasmose sistêmica pós-natal (TSPN) é a assintomática. A doença ocular pode ocorrer tanto na fase aguda quanto na fase inativa, sendo o intervalo de latência variável. Caso a toxoplasmose ocular pós-natal (TOPN) ocorra muito tempo após a doença sistêmica, seu diagnóstico torna-se difícil, porque pode ser confundido com a infecção congênita de aparecimento tardio. Este estudo avalia casos com evidências clínicas, sorológicas e epidemiológicas de TOPN e que apresentaram o comprometimento ocular como única manifestação da infecção sistêmica, sem outras evidências clínicas de TSPN. Pesquisas sobre esta doença e com tamanha amostra são escassas na literatura, por ser esta de difícil diagnóstico. Objetivos: descrever as formas de apresentação clínica na TSPN; demonstrar a variabilidade do tempo de latência na TOPN; descrever os casos de TOPN sem retinocoroidite; e descrever os surtos encontrados. Metodologia: foram revisados 47 prontuários de pacientes que foram atendidos no Serviço de Uveítes do Hospital São Geraldo (HSG) quatro no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e 43 na Clínica privada do Dr. Fernando Oréfice, Belo Horizonte (BH), entre abril de 1982 e outubro de 2007. Os casos foram avaliados quato à idade, sexo, intervalo de latência, formas da apresentação ocular e sistêmica na TSPN e surtos de TSPN. Todos os pacientes eram imunocompetentes, apresentavam anticorpos antiT.gondii IgG e IgM positivos, intervalo de latência descritos em seus prontuários e alterações oculares. Resultados: a idade dos pacientes na época do diagnóstico da TOPN variou de seis a 67 anos, com predomínio da doença ocular entre 21 e 50 anos. Quanto ao intervalo de latência, variou de zero a 23 anos. Oito casos apresentaram TOPN concomitante e 39 TOPN não concomitante, dos quais em 20 o intervalo de latência foi maior que zero e menor ou igual a 90 dias; em nove foi maior que 90 dias e menor ou igual a 36 meses; e em 11 foi maior do que 36 meses. Quanto às formas de apresentação clínica na TSPN, verificaram-se 21 casos de linfonodos, um de pneumonia; seis com outros sintomas sistêmicos (febre, mal-estar, mialgias, artralgia, astenia, hiporexia, adinamia, cefaléia, hepatoesplenomegalia e perda de peso) e oito de TOPN como única manifestação da doença sistêmica. Em sete não havia a descrição da forma de apresentação clínica nos prontuários, quatro tinham a doença sistêmica durante a gravidez, 45 apresentaram lesão de retinocoroidite, três neurite, quatro vasculite, três membrana epirretiniana e um uveíte anterior. Três manifestaram alterações oculares sem lesão de retinocoroidite e seis foram caracterizados como surtos. Conclusões: vinte e um casos de TSPN apresentaram linfoadenopatia, um pneumonia, oito alterações oculares, sete sem descrição da sintomatologia nos prontuários, seis com outros sintomas e quatro casos exibiram toxoplasmose sistêmica durante a gravidez. Foi verificado que o intervalo de latência variou de zero a 23 anos. Três casos apresentaram alterações oculares, porém sem lesão de retinocoroidite. Três surtos envolvendo nove pessoas foram descritos neste estudo.

ASSUNTO(S)

estudos retrospectivos decs tese da faculdade de medicina ufmg dissertações acadêmicas decs toxoplasmose ocular/diagnóstico decs oftalmologia teses. toxoplasmose ocular decs oftalmologia decs prevalência decs toxoplasmose ocular/transmisão decs

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