Estudo eletrofisiológico da audição em crianças verticalmente infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana em uso de terapia antirretroviral

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: Estudos são encontrados referindo maior risco de alterações auditivas em crianças infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), evidenciadas nas anormalidades encontradas no potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE), sugerindo acometimento auditivo tanto condutivo quanto neural. Objetivo: Descrever as respostas auditivas eletrofisiológicas de tronco encefálico em um grupo de crianças infectadas pelo HIV-I acompanhadas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e comparar os resultados encontrados a um grupo de crianças sem a infecção, de mesma faixa etária e fatores socioculturais, oriundos de escola pública da cidade de Belo Horizonte. Metodologia: Foram avaliados 36 indivíduos infectados pelo HIV em uso de HAART e 36 indiíduos sem a infecção. Todos os pacientes de ambos os grupos foram submetidos à avaliação eletrofisiológica da audição por meio do PEATE através do equipamento MASBE da marca ContronicÒ.O estudo transversal comparativo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição e realizado no período de dezembro de 2007 a dezembro de 2008. Resultados: Ambos os grupos, de estudo e controle, foram compostos por 36 indivíduos, sendo 52,8% e 47,2% do gênero feminino, respectivamente. A média de idade no grupo infectado foi de 10,41 (DP=1,81) e de 9,11(DP=1,30) no grupo sem a infecção. Todos as crianças infectadas faziam uso regular de terapia antirretroviral altamente ativa (Highly Active Antiretroviral Therapy-HAART).Na análise do PEATE, não foi observada relevância estatística entre os grupos em relação às latências absolutas das ondas I, III e V; aos intervalos interpicos I-III, III-V e I-V; e à diferença interaural da onda V. Foram encontrados três resultados alterados sugestivos de comprometimento condutivo no grupo infectado. Não foram encontrados resultados sugestivos de comprometimento retrococlear. Alguns dos pacientes infectados apresentaram antecedentes de otalgia, mas não no momento da avaliação. Apesar das diferenças não terem sido significativas, os pacientes infectados, com PEATE alterado, apresentaram tendência a maior estadiamento clínico da doença (B3, C1, C2). Conclusão: As respostas auditivas eletrofisiológicas de tronco encefálico em crianças infectadas pelo HIV, com idade entre 7 e 13 anos,em uso de HAART e com controle clinico, imunológico e virológico, não diferiram de modo significativo das respostas de crianças sem a infecção, de mesma faixa etária e fatores socioculturais. Entretanto, as anormalidades do PEATE no grupo infectado foram sugestivas de comprometimento condutivo e concentraram-se nas crianças classificadas em estágios mais avançados da doença. Os resultados encontrados apontam que o PEATE foi suficiente para avaliar a audição periférica e central dos indivíduos porém, sugerem a necessidade de realização de novos estudos auditivos eletrofisiológicos de média e longa latência mais abrangentes, para melhor delineamento da função auditiva dessa população.Crianças infectadas pelo HIV-I devem ser submetidas precocemente à avaliação audiológica seguida de acompanhamento periódico para detecção de alterações e definição das estratégias de intervenção.

ASSUNTO(S)

perda auditiva decs dissertações acadêmicas decs infecções por hiv decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg. criança decs eletrofisiologia decs pediatria teses. terapia anti-retroviral de alta atividade decs

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