Estudo dos efeitos de coprodução V-V em sequencias VCV nas vogais medias do Portugues Brasileiro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este trabalho teve início a partir dos resultados de um estudo finalizado de 2002 sobre fenômenos classificados como coarticulatórias nas relações V-V (vogal-vogal) no Português Brasileiro (PB) em seqüências VI PV2). Em que, dentre outras coisas, foi demonstrado que as diferenças acústicas oriundas dos efeitos chamados de coarticulatórias em V-V não superavam os 50 Hz e que algoritmos de predição de formantes, como o largamente utilizado LPC, nem sempre captam essas diferenças. Dadas essas orientações, iniciamos um projeto experimental mais amplo que pudesse ser a referência para futuros estudos lingüísticos e de síntese da fala. Desta forma, nesse trabalho pretendeu-se analisar a direcionalidade, a força e a relação com a tonicidadedas relações classicamente denominadas de coarticulação V-V e, aqui, tratadas como efeitos de co-produção em seqüências V) CV2 para as vogais médias do Português Brasileiro da região sudeste (PBSE). A atenção especial sobre as vogais médias deveu-se ao fato, constatado no trabalho de IC, de que as vogais que compõem os vértices do triângulo vocálico do PB estão bem menos sujeitas às influências coarticulatórias, quando comparadas às vogais médias. Um dos resultados mais importantes desse trabalho é a descoberta de relações dissimilatórias entre as configurações formânticas de V-V, além das esperadas assimilações provocadas pelo que é comumentemente definido como coarticulação. Dentro da perspectiva corrente, é esperado que, por exemplo, a presença de uma vogal [i] no par V-V faça com que ocorra um aumento do valor de F2 e/ou uma queda no valor de F1 para outra vogal adjacente. No entanto, no caso que denominamos como dissimilação, dá-se o contrário. Tal resultado, previsto teoricamente e observado por alguns pesquisadores, nunca foi publicado, devido, principalmente às dificuldades técnicas encontradas com as medidas da freqüência dos formantes na década de 70. Assim, uma série de estudos é proposta neste projeto visando o entendimento do fenômeno como um todo, para melhor esclarecer o que classicamente vem sendo definido como coarticulação na Fonética-Fonologia. A descoberta de dissimilações ocorrendo entre as configurações formânticas em V-V indica que é preciso redefinir a idéia corrente nas teorias lingüísticas da coarticulação como subproduto das contrapartes mecânicas dos movimentos do trato vocal, que provocam ruídos na realização dos alvos estáticos representados pelas unidades discretas do sistema fonológico

ASSUNTO(S)

coarticulação (linguistica) lingua portuguesa - vogais fonetica

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