Estudo dos efeitos da Ipomoea batatas (L.) Lam. na resposta inflamatória e no biofilme dental / Evaluation of the effects of Ipomoea batatas (L.) Lam. on inflammatory response and dental biofilm

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa foi realizar o screening fitoquímico, quantificar metabólitos secundários e determinar a atividade antioxidante do extrato bruto hidroalcoólico das folhas de Ipomoea batatas (L.) Lam. (batata-doce) (EBHBD). Foi determinada também sua toxicidade, atividade antimicrobiana e anti-inflamatória. Uma formulação farmacêutica em gel contendo o EBHBD foi desenvolvida para testar o seu efeito clínico no biofilme dental e gengivite em humanos. Os testes fitoquímicos foram realizados para determinar os componentes e quantificar os metabólitos secundários. A atividade antioxidante foi determinada pelo método do fosfomolibdênio. A análise toxicológica foi feita pelo teste de viabilidade celular e com o bioensaio utilizando Artemia salina (microcrustáceo). A análise microbiológica foi realizada por meio da sensibilidade em microrganismos aeróbios. A atividade anti-inflamatória foi avaliada em cultura de fibroblastos e com os testes de edema de orelha (camundongo) e pata (rato). A formulação em gel foi desenvolvida com EBHBD em hidroxietilicelulose, sendo conduzidos os testes de controle de qualidade (pH, densidade absoluta, consistência e avaliação microbiológica). O efeito do gel contendo EBHBD no biofilme dental e gengivite foi estudado utilizando um modelo de gengivite experimental parcial em humanos. Vinte e cinco indivíduos foram selecionados para participar deste estudo cruzado duplo-cego, no qual foram estabelecidos três períodos experimentais de 15 dias cada um com intervalo de 10 dias. Os pacientes foram submetidos a 3 tratamentos (T): T1- Gel placebo, T2- Gel contendo EBHBD a 10%; T3- Gel de clorexidina a 2% (controle positivo). Os parâmetros avaliados foram: índice de placa; índice de sangramento marginal modificado; fluido gengival e análise microbiológica do biofilme supragengival. Os dentes analisados foram: 15, 16, 35 e 36. Os resultados do estudo fitoquímico demonstraram a presença de flavonóides, alcalóides, antraquinonas, taninos e saponinas. A quantificação de metabólicos secundários mostrou em 100 g de material vegetal seco: fenólicos totais: 662,02 ± 28,91 mg; alcalóides: 345,65 ± 15,52 mg e antraquinonas: 328,44 ± 8,17 mg. A média da atividade antioxidante relativa do EBHBD foi igual a 43% e do gel foi 57%, em relação a 100% do total de atividade antioxidante atribuída ao ácido ascórbico. O EBHBD foi considerado atóxico e sem atividade antimicrobiana de acordo com os testes realizados. Foi observada redução na liberação de citocinas pró-inflamatórias em cultura de fibroblastos gengivais de humano (p<0,05) e diminuição da atividade anti-inflamatória no edema de orelha em camundongos (redução de 27%) e no edema de pata em ratos (redução de 24%). No estudo clínico não se observaram diferenças estatísticas (p>0,05) entre os parâmetros avaliados (índice de placa, sangramento marginal, fluído gengival e contagem de unidades formadoras de colônias de biofilme supragengival). Dentro das limitações deste estudo, sugere-se que o EBHBD apresentou moderada atividade antioxidante e propriedades anti-inflamatórias in vitro, porém não apresentou efeito clínico sobre biofilme dental e inflamação gengival

ASSUNTO(S)

filoterapia gengivite placa dentária phytotherapy gingivitis dental plague

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