Estudo de microdureza e profundidade de lesões de cárie artificiais produzidas por diferentes métodos / Evaluation of dentin caries like-lesions produced by different models

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2010

RESUMO

A utilização de materiais restauradores unidos ao substrato dentinário tem sido um desafio que vem sendo superado nos últimos anos. Pesquisas têm conseguido aperfeiçoar a união dos materiais ao substrato dentinário, porém, a maioria dos estudos utiliza dentina hígida, uma vez que a utilização da dentina após remoção de cárie, isto é o substrato dentinário afetado pela cárie torna as pesquisas de difícil execução. Dentre os principais motivos destaca-se a difícil seleção de lesões similares, sendo, portanto um desafio para os pesquisadores pela variabilidade encontrada nos resultados não se alcançando a devida evidência científica para a aplicação das técnicas de união. A fim de aprimorar os estudos sobre este tipo de substrato, o objetivo deste estudo foi avaliar diferentes modelos de produção de cárie: modelo biológico e modelo in situ, comparando-os quanto a microdureza e profundidade de cárie à lesão de dentes extraídos com cárie. Foram utilizados 15 terceiros molares, compreendendo 5 dentes extraídos com cárie (cárie oclusal de profundidade média – C, grupo controle), 10 dentes eram hígidos, dos quais 5 foram utilizados para o modelo de produção de cárie in situ (IS) e 5 para o modelo biológico (MB). De todos os dentes foram obtidos blocos de dentina de 4x4x2 mm. Os blocos de dentina hígida foram analisados quanto à microdureza de superfície (SMH) e depois submetidos ao processo de cárie artificial. Após o desafio cariogênico, os blocos dos 3 grupos (C, IS, e MB) foram seccionados longitudinalmente ao centro obtendo-se dois hemi-blocos um dos quais foi submetido à análise da microdureza longitudinal (CSMH), e o outro à análise em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). A microdureza longitudinal foi medida em 4 colunas com 8 pontos diferentes (com distância de 20µm entre as cinco indentações iniciais e 100µm entre as três finais), obtendo-se uma média de medidas por bloco. Os hemi-blocos restantes foram submetidos à análise em MEV para verificação da profundidade da lesão (X25 e X200), que foi medida na região mais profunda de cada uma delas. Os dados obtidos na análise da microdureza de superfície e longitudinal da lesão foram submetidos ao teste t, ANOVA e teste de Tukey, respectivamente (p<0,05). E os dados obtidos na análise de profundidade da lesão pelo MEV foram submetidos a ANOVA e teste de Tukey (p<0,05). Os resultados da microdureza de superfície após a produção de cárie mostrou que houve diferença significante entre os modelos de produção de cárie biológico e in situ, sendo que o modelo biológico não diferiu da lesão de cárie natural. Na microdureza longitudinal o modelo in situ apresentou nenhuma diferença estatística da cárie natural, mas o menor valor de CSMH foi observado na cárie produzida pelo modelo biológico. Na análise do MEV a lesão de cárie em dentina produzida pelo modelo biológico e a dentina cariada naturalmente tiveram profundidades similares, e o modelo in situ apresentou a menor profundidade de lesão de cárie. Baseado nos resultados obtidos neste estudo, foi concluido que os dois métodos de produção de cárie mostraram características similares ao da lesão de cárie natural em dentina nos diferentes testes realizados: microdureza de superfície e longitudinal, e Microscopia Eletrônica de Varredura.

ASSUNTO(S)

dentina carie dentaria microscopia eletronica de varredura dentin dental caries scanning electron microscope

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