Estudo da toxicidade aguda da lidocaina e prilocaina, quando administradas em associação com dois vasoconstritores (noradrenalina e felipressina)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

Neste trabalho nos propusemos a avaliar a toxicidade aguda da lidocaína a 2% - (lido) e prilocaína a 3% - (prilo) quando administradas em associação com uma combinação de noradrenalina (nor) e felipressina (fel). Avaliamos a toxicidade aguda através da determinação da DLso (dose letal em 50% da população), DC50 (dose convulsiva em 50% da população),latência da perda de reflexo de orientação (PRO) e latência e duração da convulsão. Para tanto, utilizamos 1840 camundongos ( espécie Mus-rnusculus) machos (I7 a 22 g), linhagem Swiss s.p.f., sendo 10 animais por dose e, no mínimo, 05 doses por grupo. Os animais foram divididos aleatoriamente nos grupos: GI - PFI N50 (prilo + fel 0,01 UI/ml + nor 1:50.000), Gz - PFI NlOO (prilo + fel 0,01 UI/ml + nor 1:100.000), G3- PFI Nl50 (prilo + fel 0,01 UI/ml + nor 1:150.000), G4 LFIN50 (lido + fel 0,01 UI/ml + nor 1:50.000), G5 - LFI NlOO (lido + fel 0,01 UI/ml + nor 1:100.000) ,G6 LFI N150 (lido + fel 0,01 UI/ml + nor 1: 150.000), G7 - P N50 (prilo + nor 1 :50.000), G8 - L N50 (lido + nor 1:50.000), G9 - PF3 (prilo + fel 0,03 UI/ml), GlO - LF3 (lido + fel 0,03 UI/ml), Gll - L (lido), GIZ - P (prilo). Administramos ainda soluções contendo apenas os vasoconstritores, associados: GI4 - FI N50 (fel 0,01 UI/ml + nor 1:50.000), Gl5 - FI NlOO (fel 0,01 Ul/ml + nor 1:100.000), Gl6 - FI NI50 (fel 0,01 UI/ml + nor 1:150.000), e isolados Gl7 - F3 (fel 0,03 UI/ml) e Gl8 - N50 (nor 1:50.000). Observamos os animais por 48 horas (DL50) e 1 hora ou até voltarem à normalidadç (DC50). As determinações da DLso e DC50 foram feitas pelo pacote estatístico GLlM (método logístico), e os resultados, comparados, através dos intervalos de confiança obtidos pelo método FielIer. A análise estatística da latência da PRO e latência e duração da convulsão foram feitas através do estimador produto limite Kaplan Meier, sendo os grupos comparados pelo método de Log - Rank. A análise dos resultados para a DLso mostrou-nos que tanto para a lidocaína quanto para a prilocaína as soluções que continham noradrenalina foram as mais tóxicas (LFI NlOO, L N50, LFIN50, PFI N50, PFI NlOO, PN50 ).Em valores absolutos, a felipressina, quando associada à lidocaína (LF3), foi capaz de aumentar a DLso . Em relação a DC50 observamos que, para. os grupos contendo lidocaína, as soluções contendo maior concentração de noradrenalina promoveram maior proteção ao animal. Para os grupos contendo prilocaína , somente a solução que continha prilocaína associada à felipressina (PF3) foi capaz de diminuir a toxicidade. Observamos ainda, um aumento da latência da PRO pela felipressina tanto quando associada à lidocaína (LF3) como quando à prilocaína (PF3) . Não observamos diferença na latência da convulsão entre os grupos contendo lidocaína e prilocaína. Quanto ao parâmetro duração da convulsão observamos que houve diferença significativa somente para os grupos PFl N150 e P. Esses grupos apresentaram maior duração da convulsão. Com base nos resultados obtidos, concluímos que, em termos de toxicidade, dentro do modelo experimental estudado, não há vantagens na associação de dois vasoconstritores como a noradrenalina e feli pressina

ASSUNTO(S)

drogas - toxicologia anestesia local vasoconstritores

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