Estudo da ocorrencia de fungos filamentosos termoresistentes em polpa de tomate envasada assepticamente
AUTOR(ES)
Flavio Baglioni
DATA DE PUBLICAÇÃO
1998
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo principal determinar a ocorrência de fungos filamentosos termoresistentes durante o processamento asséptico de polpa de tomate (8°BR1X) Durante o período de safra de tomate foram feitas amostragens em 9 Lotes (3 no início, 3 no pico e 3 em fim de safra) e no período de eriíresafra em 5 lotes. Foi feita a enumeração de fungos termoresistentes nas amostras coíetadas durante o processo asséptico em cada lote. Foram obtidas contagens médias relativamente baixas, variando entre I e 8 UFC /100 ml de amostra. As maiores contagens foram obtidas na matéria prima e na água de pré lavagem e transporte . Cinquenta linhagens de fungos termoresi st entes detectadas no procedimento de enumeração foram isoladas, codificadas e estocadas. Os esporos de cada isolado com 1 mês de idade foram submetidos a diferentes choques térmicos para selecionar a linhagem de fungo mais termoresistente. O isolado de fungo mais termoresistenie (sobrevivência ao choque à 100°C / 25 minutos) foi identificado como Neosartorya fischeri. A partir desta cepa de fungo selecionada como mais termoresistente foram produzidas suspensões de ascosporos com 1 e 3 meses de idade e feitos os ensaios de ativação dos ascosporos, avaliação da deterioração em polpa de tomate (8°BRIX) e resistência térmica. As curvas de ativação construídas (à 85°C) mostraram que os tempos ótimos foram 10 e 20 minutos para ascosporos com 1 e 3 meses de idade respectivamente . A avaliação da deterioração por Neosartorya fischeri mostrou perda total de viscosidade da polpa, elevação do pH até 9 e escurecimento do produto como efeitos principais. Para os ensaios de resistência térmica utilizando o método de tubo TDT fechado com ascosporos suspensos em polpa de tomate 8°BRÍX (1:9 v/v), foram empregadas as temperaturas 90, 92 e 94°C para os ascosporos de diferentes idades, Todas as curvas de sobreviventes obtidas mostraram um ombro inicial, seguido de taxa de morte acelerada. Para o cálculo dos parâmetros cinéticos foi feita a linearização das curvas pelo método de ALDERTON &SNELL (1970). Os valores de "l/k" (parâmetro equivalente a "D") obtidos para ascosporos com 1 mês foram 6.14, 4.72 e 2.62 minutos para 90, 92 e 94°C respectivamente e para ascosporos com 3 meses foram 10,2, 6.31 e 4.59 minutos para as mesmas respectivas temperaturas. Os valores de Z* (parâmetro equivalente ao coeficiente térmico Z) foram 30.8 e 11.6°C para ascosporos com 1 e 3 meses, respectivamente. A comparação da resistência térmica de Neosartorya fischeri (ascosporos com 3 meses) com a de Bacillus coagulam revelou que a resistência desta bactéria é superior e o tratamento térmico desenhado para destruir Bacillus coagulam deverá ser suficiente para destruir a população inicial de fungos termoresi st entes encontrada na linha de produção, caso a maioria dos esporos estivessem na forma de ascosporos livres. Porém não se deve descartar a possibilidade de que a resistência de Neosartorya fischeri pode ser mais alta, considerando a origem e a idade dos ascosporos e ascos desta espécie de fungo encontrados na natureza.
ASSUNTO(S)
tomate processo de fabricação fungos
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000127077Documentos Relacionados
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