Estudo da ação antioxidante in vitro dos extratos alcoólicos das folhas e das flores da capuchinha (Tropaeolum majus L.)
AUTOR(ES)
Juliana Bicalho Machado
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Nasturtium (Tropaeolum majus L.) é uma planta ornamental de crescimento rápido nativa do México e Peru. As suas folhas e flores são utilizadas na culinária, como enfeite e devido às qualidades de sabor e pelos seus efeitos medicinais. A extração das folhas e flores frescas foi feita por maceração durante 15 dias em etanol (70%), depois os extratos alcoólicos foram liofilizados. Os extratos secos foram ressuspensos em água ultra-pura. Os objetivos deste estudo foram i) avaliar se os extratos das flores e das folhas possuíam ou não propriedades antioxidantes em sistema de geração de radicais livres do tipo Fenton (H2O2 e Fe (II)); ii) investigar o mecanismo antioxidante e iii) identificar as frações dos extratos das folhas e das flores que são responsáveis pela ação antioxidante. Os resultados de EPR demonstraram que ambos extratos alcoólicos diminuíram a intensidade do sinal aduto DMPO-OH. Também foi observado que os extratos de capuchinha protegeram a degradação de biomoléculas por degradação oxidativa causada pelo radical hidroxil. Nos ensaios de danos à 2-desoxirribose (2-DR), de peroxidação lipídica com homogentato de figado de rato e de DNA plasmidial, a proteção conferida pelos extratos foi dependente da concentração do extrato. No ensaio com concentrações crescentes de 2-DR (marcador oxidativo) não ocorreu nenhuma alteração na proteção antioxidante dos extratos da capuchinha, indicando que a atividade antioxidante de ambos extratos estão relacionadas à capacidade de quelar ferro. Além disso, o aumento da concentração de Fe (II) nos ensaios da 2-DR, de peroxidação lipídica e de DNA plasmidial diminuiu a porcentagem de proteção antioxidante dos extratos da capuchinha, o que corrobora para um mecanismo antioxidante do tipo quelante de ferro. Foi verificada a diferença entre os espectros UVVis dos extratos e após a adição de Fe (II) ou Fe (III). Nos espectros do extrato da folha foi possível observar a formação de um complexo com Fe (II) e Fe (III), após 30 minutos de incubação. Estudos baseados no ensaio espectrofotométrico da ferrozina demonstraram que ambos os extratos podem reduzir Fe (III) a Fe (II). As diferentes frações dos extratos foram separadas, com diferentes tempos de retenção, usando HPLC-RP e a atividade antioxidante dessas frações foram testadas pelo ensaio da 2-DR. As frações mais hidrofílicas de cada extrato apresentaram ação antioxidante mais efetiva. As frações do extrato das folhas apresentaram os maiores percentuais de proteção a 2-DR, isso pode explicar o porquê que em todos os ensaios o extrato das folhas foi mais efetivo que o extrato das flores. Estes resultados sugerem que a atividade antioxidante apresentada pelos extratos da capuchinha possa ser atribuída a componente (s) com capacidade de quelar metais. Curiosamente, o extrato das folhas demonstrou uma atividade antioxidante mais expressiva que o extrato das flores. Este resultado é um importante achado nutricional porque flores são mais utilizadas na culinária do que as folhas.
ASSUNTO(S)
ferro antioxidante capuchinha nutricao
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