Estudo comparativo entre as manifestações oftalmológicas, sorológicas e resposta terapêutica de pacientes com esclerite isolada e esclerite associada a doenças sistêmicas
AUTOR(ES)
Sousa, Jacqueline Martins de, Trevisani, Virgínia Fernandes Moça, Modolo, Rodrigo Pilon, Gabriel, Luís Alexandre Rassi, Vieira, Luis Antonio, Freitas, Denise de
FONTE
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: Esclerite é uma doença grave, rara e progressiva, que envolve inflamação e edema dos tecidos episcleral superficial, profundo e escleral e está associada com doenças sistêmicas reumatológicas em muitos casos. OBJETIVOS: Realizar um estudo prospectivo comparativo entre as manifestações oftalmológicas, achados sorológicos e resposta terapêutica de pacientes com esclerite isolada e com esclerite associada a doenças sistêmicas reumatológicas. MÉTODOS: Trinta e dois pacientes com esclerite não infecciosa participaram do estudo, de março de 2006 a março de 2008. O tratamento realizado baseou-se no uso de colírios de corticoides associados aos anti-inflamatórios não-hormonais, seguidos de corticoides sistêmicos e imunossupressores, se necessário. O sucesso do tratamento foi considerado como seis meses sem crises de esclerite. RESULTADOS: Quatorze dos 32 pacientes apresentaram esclerite associada à doença sistêmica, dos quais nove com artrite reumatóide, dois com lúpus eritematoso sistêmico, um com doença de Crohn, um com doença de Behçet e um com gota. Não houve diferenças em relação ao envolvimento ocular e suas complicações, predominando a esclerite anterior nodular e o afinamento escleral, respectivamente. O grupo com esclerite associada a doenças sistêmicas apresentou 64,3% de positividade de autoanticorpos contra 27,8% no grupo com esclerite isolada, sendo tal diferença estatisticamente significante. No grupo com esclerite isolada, 16,7% fez uso de apenas anti-inflamatórios, 33,3% de corticoide sistêmico, 27,8% de corticoide com um imunossupressor, 5,5% dois imunossupressores, 16,7% corticoide com dois imunossupressores e 33,3% pulsoterapia com imunossupressor; sendo que houve sucesso do tratamento em 88,9%. No grupo com esclerite associada à doença sistêmica, 7,1% fez uso de anti-inflamatórios, 7,1% corticoide sistêmico, 50% corticoide com um imunossupressor, 7,1% dois imunossupressores e 22,2% pulsoterapia com imunossupressor; com 100% de sucesso no tratamento nesse grupo. CONCLUSÃO: Em ambos os grupos houve predomínio da esclerite nodular unilateral e o grupo com esclerite associada a doença sistêmica apresentou taxas maiores de todos os autoanticorpos testados. Não houve diferença entre os grupos em relação ao uso de imunossupressores e à resposta terapêutica, a qual foi totalmente satisfatória no grupo com esclerite associada à doença sistêmica e satisfatória no grupo com esclerite isolada.
ASSUNTO(S)
esclerite doenças reumáticas autoanticorpos inflamação imunossupressores
Documentos Relacionados
- Esclerite posterior isolada associada à tuberculose
- Doenças primárias da pele e manifestações cutâneas de doenças sistêmicas em suínos
- Manifestações sistêmicas e ulcerações cutâneas da hanseníase: diagnóstico diferencial com outras doenças reumáticas
- Estudo comparativo entre clonidina associada à bupivacaína e bupivacaína isolada em bloqueio de plexo cervical para endarterectomia de carótida
- Manifestações sistêmicas adversas em medicina intensiva após realização de perfusão isolada de membro com melfalan e hipertermia: relato de caso