Estudo comparativo do perfil lipídico e de marcadores inflamatórios em pacientes com angina estável e síndrome coronariana aguda

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: A inflamação desempenha um papel fundamental em todas as etapas do processo aterosclerótico coronariano, inclusive nas manifestações clínicas agudas. Fatores de risco cardiovascular iniciam o processo inflamatório e promovem o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Células endoteliais, bem como células do sistema imune produzem citocinas, quimiocinas, moléculas vasoativas e fatores de crescimento, determinando um processo inflamatório contínuo e de baixo grau. Citocinas pró-inflamatórias, por sua vez, estimulam a produção de proteínas de fase aguda, como a proteína C reativa (PCR). Níveis séricos circulantes de uma série de moléculas inflamatórias vêm sendo reconhecidos como úteis na identificação da doença arterial coronariana (DAC). O objetivo desse estudo observacional foi correlacionar as concentrações séricas das interleucinas 6, 8, 10 (IL-6, IL-8, IL-10), PCR e molécula de adesão da célula vascular-1(VCAM-1), em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), comparados a pacientes com angina estável. Fatores de risco para DAC também foram correlacionados entre os dois grupos. Métodos: O estudo envolveu 45 pacientes, dos quais 11 com SCA e 34 com angina estável e comprovação angiográfica de DAC. Amostra de sangue venoso foi coletada em jejum, antes da realização do angiograma coronariano. Interleucinas e VCAM-1 foram dosadas por ELISA, e PCR por nefelometria. A avaliação do perfil lipídico incluiu colesterol total, LDL, HDL, VLDL, triglicérides, além das apolipoproteínas A-1 e B. As variáveis clínicas e laboratoriais foram comparadas entre os dois grupos, através de análises univariada (teste t ou qui-quadrado / teste exato de Fisher) e multivariada (regressão logística múltipla). Resultados: A análise univariada mostrou que os dois grupos foram semelhantes quanto às características demográficas e fatores de risco para DAC, exceto para tabagismo, baixos níveis de HDL e apoproteína A-1, e altos níveis de triglicérides e VLDL, mais prevalentes no grupo de pacientes com SCA. A IL-8 foi significativamente mais elevada entre os pacientes com SCA (p = 0,002). Nenhuma diferença entre os grupos foi evidenciada em relação aos demais marcadores inflamatórios. Na análise multivariada, IL-8 e VLDL mantiveram a significância estatística. Conclusão: Os níveis séricos da IL-8 foram significativamente mais elevados em pacientes com SCA, em relação aos pacientes com angina estável, sugerindo que essa citocina possa ter um papel na fisiopatologia da instabilidade da placa coronariana. A mensuração e a inibição da IL-8 poderão constituir um futuro direcionamento diagnóstico e terapêutico na abordagem das formas instáveis da DAC.

ASSUNTO(S)

idoso decs dislipidemias decs arteriosclerose coronária/diagnóstico decs proteína c-reativa/análise decs meia idade decs fatores de risco decs angina instável/diagnóstico decs interleucina-8/uso diagnóstico decs adulto decs medição da dor decs interleucina-8/análise decs proteína c-reativa/uso diagnóstico decs infarto do miocárdio/diagnóstico decs angina pectoris decs tabagismo decs marcadores biológicos decs

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