Estudo clinico-epidemiologico da paracoccidioidomicose associada ou não a sindrome da imunodeficiencia humana adquirida

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A paracoccidioidomicose é a micose sistêmica mais freqüente no Brasil. A associação entre a paracoccidioidomicose e a síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS) é particularmente importante por causa da disseminação progressiva da infecção pelo vírus da imunodeticiência humana (IllV) em pequenos e médios centros urbanos, áreas de alta prevalência da paracoccidioidomicose. Entretanto, pouco se sabe sobre a associação entre as duas doenças. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da infecção pelo HIV entre os pacientes com paracoccidioidomicose e comparar os achados clínicos, epidemiológicos e evolutivos da paracoccidioidomicose entre os pacientes com e sem AIDS. A sorologia para HIV foi realizada em pacientes com paracoccidioidomicose acompanhados entre 1995 e 1998. As características clínicas e epidemiológicas de todos os pacientes com paracoccidioidomicose e AIDS entre 1987 e 1998 também foram revisadas e comparadas às dos sem AIDS. A prevalência de HIV entre os 122 pacientes com paracoccidioidomicose foi de 1,64%. Onze pacientes com AIDS foram comparados a 120 sem AIDS. Não houve diferenças entre os grupos quanto à idade, sexo, presença de tosse, perda de peso Q u adenopatias. Febre foi mais freqüente nos pacientes com AIDS (54% contra 24%, p=0,07). Nos homens com AIDS, a forma clínica aguda da micose foi mais freqüente (62% contra 20%, p=0,02). Acometimento cutâneo predominou nos pacientes com AIDS (p=0,001), enquanto o de mucosa foi mais freqüente nos s~m AIPS (P=0,02). Nos pacientes com forma aguda, a mediana dos títulos de anticorpos sérlcOS para paracoccidioidomicose foi menor (P=0,004). A sobrevida atuarial dos HIV -positivos foi menor do que a dos HIVnegativos (p<0,0001), sendo esta diferença na sobrevida observada na forma aguda (p<0,0001), mas não na forma crônica (p>0,05). A associação entre paracoccidioidomicose e AIDS é rara e a forma aguda é mais freqüente entre os pacientes co-infectados. Esta óbservação sugere uma maior gravidade da micose nesta população

ASSUNTO(S)

micoses aids (doença) imunossupressão

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