Estrutura populacional e produção de andiroba em terra firme e várzea no sul do Amapá.
AUTOR(ES)
GOMES, H. S. R.
FONTE
2010.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
Os produtos florestais não madeireiros (PFNM) estão no centro das atenções de vários esforços que visam a conservação da Amazônia. A andirobeira (Carapa guianensis Aublet), conhecida pelo óleo de suas sementes, é uma espécie potencial para o manejo de PFNM. No entanto, ainda carece de pesquisas que subsidiem um plano de uso que viabilize a extração comercial e minimize os danos ao ecossistema. Neste trabalho foram estudados aspectos relacionados à ecologia de populações, à produção e ao beneficiamento de sementes de andirobeiras da terra firme e várzea do sul do Estado do Amapá. Foram comparados os padrões de distribuição espacial, distribuição de classes diamétricas e estrutura vertical de andirobeiras destes dois ambientes. Além disso, avaliou-se a produção, remoção e predação de sementes no campo, assim como o rendimento na extração e caracteristicas fisico quimicas do óleo das sementes. Foram utilizadas 4 parcelas permanentes de 300 m x 300 m localizadas na Reserva Extrativista do Rio Cajari, sendo duas instaladas em área de várzea (n=297) e duas em terra firme (n=62). Foram mapeadas e inventariadas todas as andirobeiras com diâmetro a altura do peito (DAP>10 cm). Foi monitorada a produção de frutos e sementes em 12 andirobeiras na várzea e 32 na terra firme. Para estudar o consumo de sementes pela fauna foi analisada a remoção de sementes em terra firme por um período de 60 dias. A população de andirobeiras da várzea apresentou maior densidade (16,5 ind.ha-1) do que as andirobeiras da terra firme (7 ind ha-1) e distribuição diamétrica melhor ajustada à curva exponencial negativa. A média dos diâmetros na terra firme foi de 38,1 cm com área basal de 1,13 m2 ha-1. Na várzea a média dos diâmetros foi de 23,0 cm com área basal de 0,8 m2 ha-1. Isso indica que apesar de possuir andirobeiras menores, a população da várzea possui uma estrutura mais balanceada com melhor recrutamento, que pode ser constatado pela maior proporção de indivíduos nas classes diamétricas inferiores. A distribuição espacial das populações nos dois ambientes amostrados foi predominantemente agregada. O monitoramento da produção mostrou uma elevada variação da produção efetiva entre andirobeiras em ambos ambientes. A remoção de sementes pela fauna foi baixa (16% após 60 dias), embora houvesse a presença de roedores na área de estudo. O rendimento de extração de óleo das sementes secas e descascadas variou, em média, de 41 a 47%. Considerando o processamento das sementes úmidas, o rendimento foi cerca de 15 a 20% em peso de óleo, com maiores rendimentos para as sementes oriundas da várzea. A desidratação das sementes a uma temperatura de 100 oC proporciou maior rendimento, porém aumentou a acidez, o que é indesejável. Devido ao período de monitoramento de apenas 1 ano e a elevada variação na produção de sementes entre andirobeiras, não foi possível estimar com precisão a produtividade. Para a elaboração de planos de manejo da espécie, assim como para o dimensionamento de unidades de beneficiamento de óleo, recomenda-se que o potencial produtivo efetivo do local do empreendimento seja determinado por meio de inventário 100% das andirobeiras que serão exploradas e de amostragem representativa da produção de sementes.
ASSUNTO(S)
produto florestal não-madeireiro azeite de andiroba Árvore angiosperma produtividade produção florestal planta medicinal
ACESSO AO ARTIGO
http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/884507Documentos Relacionados
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