Estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos em dois córregos de cabeceira no sudeste do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

Entre dezembro de 2003 e setembro de 2004, macroinvertebrados bentônicos (MB) e peixes foram capturados e amostras de água e sedimento foram coletadas trimestralmente em seis pontos de dois córregos de cabeceira da bacia do rio São Francisco. Foram avaliadas as condições ecológicas, diversidade de hábitats, qualidade da água, composição e estrutura das comunidades de MB, bem como sua ocorrência na dieta da ictiofauna local. Três trechos amostrados foram classificados como "naturais" e os demais como "alterados". As águas mostraram-se bem oxigenadas, com pH próximo ao neutro, com condutividade elétrica (< 0,01 mS/cm) e concentrações de nutrientes reduzidas (< 0,08 mg/l P-total e < 0,90 mg/l N-total). Houve predominância das frações de areia média, fina e muito fina no sedimento em todos os trechos, e o teor de matéria orgânica foi maior no trecho lótico melhor preservado. Foram encontrados 45 taxa de MB, sendo Chironomidae (68%), Oligochaeta (10%) e Elmidae (8,5%) os mais abundantes. Na análise do conteúdo estomacal de 13 espécies de peixes, obteve-se 26 taxa de MB, quatro destes não encontrados no sedimento, com predomínio de Chironomidade (> 60%). Os resultados sugerem que atividades humanas como desmatamento, agricultura e extração de areia têm alterado a diversidade de hábitats em ecossistemas aquáticos de água doce, em um processo que afeta a biota aquática e consequentemente a disponibilidade de alimento para a ictiofauna. Foi evidenciada também a importância da análise do conteúdo estomacal de peixes como ferramenta complementar em inventários da fauna de MB.

ASSUNTO(S)

atividades antrópicas bioindicadores conteúdo estomacal condições ecológicas qualidade de água

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