Estratégias e modos reprodutivos de anuros (Amphibia) em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, Sudeste do Brasil
AUTOR(ES)
Pombal Jr., José P., Haddad, Célio F.B.
FONTE
Papéis Avulsos de Zoologia (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Este estudo descreve o padrão temporal, as estratégias reprodutivas, os modos reprodutivos e a fecundidade de uma taxocenose de anuros em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, município de Ribeirão Branco, sul do estado de São Paulo (aproximadamente 24º13'S; 48º46'W; ca. 800m do nível do mar). O Trabalho de campo foi conduzido entre janeiro e dezembro de 1993, totalizando 40 noites de observações. Sete visitas preliminares foram feitas antes deste período e sete após. Observações naturalísticas normalmente se iniciavam antes do pôr do sol e eram concluídas aproximadamente entre 24:0001:00h. Em três ocasiões as observações foram ao longo da noite. A estratégia reprodutiva mais comum entre os machos de diferentes espécies foi a do macho cantor, mas comportamento satélite foi observado em algumas espécies. O padrão temporal foi prolongado para as espécies desta taxocenose; entretanto, algumas espécies podiam vocalizar ocasionalmente. Seis diferentes modos reprodutivos foram observados na poça ou suas margens. O comprimento rostro-cloacal (CRC) das fêmeas de diferentes espécies foi positivamente correlacionado com o volume da desova, independente do modo reprodutivo. O CRC das fêmeas foi positivamente correlacionado com o número de ovos por desova, embora a correlação seja mais forte para espécies com um modo reprodutivo generalizado. Entretanto, para espécies com modo reprodutivo especializado o número de ovos por desova não foi correlacionado com o CRC das fêmeas. Uma correlação positiva e significativa entre o CRC das fêmeas e o diâmetro dos ovos, também foi detectada para espécies com modo reprodutivo generalizado. Por outro lado, para as espécies com modo reprodutivo especializado o CRC das fêmeas e o diâmetro dos ovos foram negativamente correlacionados. Modos reprodutivos terrestres são possivelmente restritos a espécies pequenas. Ovos grandes podem apresentar problemas com a troca de gases devido ao seu longo desenvolvimento e baixa relação superfície/volume.
ASSUNTO(S)
floresta atlântica modo reprodutivo fecundidade estratégias reprodutivas comportamento reprodutivo desova
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