Esfincterotomia isolada versus esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar no tratamento de fístulas biliares: 10 anos de experiência de um hospital quaternário

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-03

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: Cirurgia hepatobiliar e trauma hepático são causas frequentes de fístulas biliares, e esta temida complicação pode ser manejada de forma segura através da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). O procedimento consiste em esfincterotomia isolada, passagem de prótese biliar ou combinação das duas técnicas, porém a forma ideal permanece incerta. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é comparar a realização de esfincterotomia isolada versus locação de prótese biliar no tratamento de fístulas pós-cirúrgicas e traumáticas. MÉTODOS: Foram analisados de forma retrospectiva 31 CPREs com diagnóstico final de “fístula biliar”. A informação colhida incluía dados demográficos dos pacientes, etiologia das fístulas e detalhes dos procedimentos. As técnicas de tratamentos foram divididas em dois grupos: esfincterotomia isolada vs esfincterotomia associada a locação de prótese biliar. Foram analisados os volumes dos drenos abdominais cirúrgicos antes e depois de cada procedimento e o número de dias necessários para que ocorresse cessação da drenagem pelo dreno abdominal cirúrgico após a CPRE. RESULTADOS: Um total de 31 pacientes (18 homens e 3 mulheres; idade média de 51 anos) com fístulas biliares foram avaliados. Colecistectomia laparoscópica foi a etiologia da fístula em 14 (45%) casos, seguida de colecistectomia convenvional em 9 (29%) pacientes, trauma hepático em 5 (16%) pacientes, e hepatectomia secundária a neoplasia em 3 (9,7%) pacientes. As localizações mais frequentes das fístulas foram: coto do ducto císticos com 12 (38,6%) casos, seguido de ducto hepático comum em 10 (32%) casos, ducto colédoco em 7 (22%) cases e leito hepático em 2 (6,5%) casos. 71% dos pacientes foram tratados com esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar e 29% com esfincterotomia isolada. Houve diferença estatística em relação ao volume drenado antes e depois de ambos os procedimentos (P<0,05). Entretanto, quando comparada esfincterotomia isolada e esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar, em relação ao volume drenado e ao número de dias necessários para cessação da drenagem, não houve diferença estatística em ambos os casos (P>0,005). CONCLUSÃO: A CPRE permanece como tratamento de primeira linha no tratamento de fístulas biliares, sem diferença entra a esfincterotomia isolada versus esfincterotomia associada a passagem de prótese biliar.

Documentos Relacionados