Escola publica de 1o. grau : tendencias didaticas no ensino de ciencias e matematica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1992

RESUMO

Refletindo sobre o lugar que a linguagem ocupa na práxis social dos homens, nosso trabalho visa resgatar as dimensões ocultas do fenômeno enquanto prática social. Não separando o instrumento linguagem de sua utilização que o forma e o transforma, observamos que esta dimensão aponta para as múltiplas relações históricas, políticas, econômicas e sociais que os "homens que falam" estabelecem no processo de produção de suas vidas. Nesta prática social, os homens não só transformam o mundo em realidade social, mas ao mesmo tempo, constroem sua condição humana. Nos afastamos então, de uma visão de língua como um mero instrumento neutro, como uma espécie de contrato ou acordo entre os membros de uma comunidade lingüística. No seu lugar, enfocamos a linguagem, a língua, a palavra, a fala, não apenas como instrumento, mas como parte de um processo através do qual o homem se humaniza ao mesmo tempo que humaniza o mundo. Refletimos, portanto, sobre a fala dos homens vendo como ela, enquanto prática histórico-social, se relaciona com aspectos de dominação, de luta e de resistência entre grupos e classes sociais, não apenas desiguais, mas política e ideologicamente antagônicas. Com base nesta abordagem, procuramos esclarecer teoricamente as dimensões ocultas de nossa prática lingüística cotidiana, tentando mostrar que sob a aparência igualitária de uma linguagem homogeneizante, bem comum a toda a espécie, oculta-se o poder daquela palavra que aparece desvinculada da práxis social humana onde ela tomou corpo e que, portanto, obscurece os laços de dependência da fala dos homens com as condições sociais e históricas onde estas práticas acontecem. Em um segundo momento deste trabalho, nosso objetivo foi contribuir à reflexão sobre a educação como prática política e pedagógica, tentando mostrar como nesta prática educativa, os atores do processo estão constantemente lidando com relações de poder através de relações de saber. Ao mesmo tempo, direcionamos nosso esforço final a repensar caminhos que levassem a redimensionar o papel de educadores e alunos dentro de uma práxis educativa autêntica. Visamos desta forma, mostrar que mesmo sendo "não livres", por estarem inseridos dentro de uma macroestrutura social determinada, eles estão longe de serem meras marionetes da dominação ideológica total

ASSUNTO(S)

professores de ciencia - estudo e ensino ensino de primeiro grau professores de matematica - estudo e ensino

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