Eosinofilia induzida por clozapina: relato de um caso de bom desfecho

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

INTRODUÇÃO: Clozapina é o antipsicótico de escolha no tratamento de esquizofrenia refratária. No entanto, ela apresenta uma série de efeitos colaterais, como a eosinofilia, os quais podem inviabilizar sua continuação. MÉTODOS: Relato de caso e revisão da literatura. RESULTADOS: Jovem de 19 anos, com diagnóstico de esquizofrenia hebefrênica, internada na enfermaria de psiquiatra do HC-Unicamp por reagudização de sintomas psicóticos. Durante internação, após tentativas frustradas de uso de antipsicóticos como risperidona e olanzapina, iniciou-se clozapina. Na quarta semana após introdução, iniciou-se aumento de eosinófilos. Tendo em vista a gravidade do quadro e a ótima resposta obtida com relação aos sintomas psicóticos, o aumento de dose de clozapina foi interrompido, mas a medicação foi mantida. Mesmo com a dose estabilizada, a eosinofilia continuou a aumentar, chegando a 5.200/mm³. A paciente foi investigada para lesões de órgãos pela possível inflamação, mas nada foi encontrado. Assim, clozapina foi mantida e, um mês após seu pico, eosinófilos normalizaram-se. CONCLUSÃO: Eosinofilia não necessariamente impõe a interrupção de clozapina. O paciente deve ser mantido em observação rigorosa em busca de lesões de órgãos. Caso não haja indício de lesões, é justificável manter a clozapina, tendo em vista o possível caráter benigno e transitório da eosinofilia.

ASSUNTO(S)

clozapina eosinofilia esquizofrenia refratária

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