Entre trilhos e sobre rodas: racionalização, disciplina e resistência no sistema férreo Rio Grande do Sul (1920-1949) / Between tracks and on wheels: rationalization, disciplining and resistances Rio Grande do Sul (1920-1949)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A tese "Entre trilhos e sob rodas - racionalização, disciplinarização e resistências - Rio Grande do Sul (1920-1949)" teve como objetivo resgatar a experiência do trabalho na Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS) a partir da compreensão das modificações ocorridas nesta rede, em função da introdução de práticas racionalistas, bem como das tensões e resistências daí decorrentes. Com base numa extensa e diversificada documentação escrita e oral, procurou-se compreender essas práticas como parte de um processo mais amplo de reorganização do trabalho na ferrovia, da hegemonização do discurso técnico-científico e da construção de uma nova identidade de trabalho, uma vez que significaram a modificação no conteúdo do trabalho, resultando em uma nova cultura de trabalho. Dentro dessa perspectiva, nos interessou descobrir como os ferroviários, com ativo currículo em movimentos políticos e sociais, subjetivaram e reagiram a essas práticas e ao condicionamento que a empresa tentou impor, dentro de relações de poder cotidianas. O trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos. Nos primeiros capítulos, propusemo-nos a discutir a reorganização que aconteceu entre as décadas de 20 e 40 do século XX, na Viação Férrea do RGS. O primeiro privilegiou a política da direção da VFRGS, dando ênfase à Reforma de 1942; enquanto o segundo enfocou a experiência dos ferroviários em si, o processo de desestruturação e requalificação de saberes e de reorganização do espaço e dos hábitos de trabalho. O terceiro capítulo abordou a política de qualificação que a VFRGS estimulou a partir da reforma de 1942, bem como a regulamentação que implementou na tentativa de talhar um comportamento desejado. Já o quarto capítulo visou a compreensão de como a memória e outros elementos organizaram-se em um discurso coletivo e compuseram importantes representações sociais que interferiram na formação de uma visão sobre essa e na construção de um determinado comportamento de trabalho dentro e fora do espaço férreo. Também foi analisada a visão dos ferroviários sobre o seu papel e o da Rede enquanto construtor da modernidade em suas memórias. Embora esse trabalho tenha tido uma preocupação regional, já que teve como palco o cotidiano dos ferroviários no RGS, é certo que as relações de dominação, subordinação e os processos de resistência fazem parte de uma lógica que perpassa a relação espaço e tempo. Nesse sentido, esse trabalho contribui para compreender o funcionamento de um sistema, pois se trata de desvelar subterfúgios e mecanismos utilizados para produzir maior eficácia e tornar mais dóceis os seus subordinados

ASSUNTO(S)

viacao ferrea do rio grande do sul historia rede ferroviaria ferroviarios desenvolvimento organizacional

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