Entre a feiticeira celta e a bruxa má : como o imaginário coletivo (trans)formou-se através do tempo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A feiticeira, enquanto mulher, possui uma função de instauradora do mito da feminilidade, o que leva ao questionamento de seu papel na historiografia e de sua arqueologia no processo de transformação da figura do real feminino, desde illo tempore, na figura simbólica presente na arte. Inicialmente, representação positiva - a mulher feiticeira, imagem da Deusa Mãe dos celtas, agente da harmonia com o meio e ambiguamente humana – , vai, aos poucos, transformando-se em ser perverso, encarnando a dualidade judaico-cristã do bem e do mal e tornando-se reflexo do que é perigoso – ser livre – e indesejado. A comunhão com a natureza passa a ser prova de bruxaria, palavra pejorativa aos olhos da Igreja. Do tempo em que o inexplicável era sinônimo de ligação com o Diabo, surge a imagem inconsciente do medo. A feiticeira surge na Literatura como representação da figura real trazida das lendas celtas pela oralidade e altera-se, acompanhando a História, dentro da própria Literatura. Nas várias versões do mito de Tristão e Isolda, vemos refletidas as modificações sofridas pelo arquétipo feminino no imaginário popular, ao longo do período histórico em que “a cruz” da mulher foi observar calada a dualidade de sua imagem transformar-se, no inconsciente coletivo, de deusa em bruxa, ao mesmo tempo em que a cruz deixava de significar a intersecção de opostos para ser o símbolo do sacrifício cristão.

ASSUNTO(S)

mito na literatura witch feiticeira woman bruxa jewish christian morality myth archetype popular imagination

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