Entre a escola e a sociedade: bases para a formação continuada de professores de Geografia na perspectiva da inclusão escolar de estudantes com baixa visão e cegos, em Uberlândia-MG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

No Brasil, a década de 1990 é considerada o marco histórico referente à Educação para Todos. Desde então, a escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais tem sido um tema em voga das políticas públicas educacionais, as quais, por sua vez refletem a lógica neoliberal, sobrepondo o econômico ao social; assim, o Estado tem respondido minimamente às necessidades e anseios do setor educacional, de modo que se cogita uma inclusão às avessas. Em outras palavras, apesar de assegurado o direito de igualdade de acesso à educação, faltam condições efetivas para que a permanência desses alunos no processo de ensino e aprendizagem também seja uma realidade. Tal fato torna-se mais expressivo quando o público-alvo são as pessoas com deficiência (física, intelectual, sensorial ou múltipla). Com efeito, a inclusão escolar é um movimento que tem demandado definições de ordem prática, tanto em nível infraestrutural quanto organizacional. Logo, percebe-se o descompasso entre o propalado pela legislação educacional e as condições reais de exiquibilidade de tal projeto, tendo em vista o atual panorama do sistema educacional brasileiro. São várias as incongruências como, por exemplo, a ideia equivocada de que Educação Inclusiva e Educação Especial são contraditórias. É consensual, no entanto, a necessidade de se (re)pensar a formação de professores, promovendo a transformação das práticas pedagógicas tradicionais para que a educação, além de acessível a todos, seja também de qualidade. Nesse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo principal conhecer a formação continuada do(a) professor(a) de Geografia em Uberlândia-MG frente às novas exigências impostas pelas políticas públicas no contexto da Inclusão Escolar de pessoas com Deficiência Visual. Dentre os resultados revelados, destaca-se: das vinte e quatro instituições de apoio/assistência/ensino na área da Deficiência Visual pesquisadas (das quais 10 são Escolas Municipais e 08 Escolas Estaduais), pode-se inferir que, mesmo com toda as dificuldades observadas, a realidade municipal encontra-se relativamente mais estruturada do que o sistema de ensino estadual, principalmente quando considerado o trabalho realizado pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Salas de Recursos Multifuncionais. Também, pode-se dizer que o principal entrave no contexto da Educação Inclusiva se deve à existência de práticas pedagógicas e sociais cristalizadas, na medida em que ainda perdura a concepção idealizada de aluno como sujeito cuja individualidade não é respeitada e, sobretudo, valorizada. Por conseguinte, as áreas do conhecimento tradicionalmente valorizadas no ensino comum têm sido reproduzidas nos processos de escolarização de pessoas com deficiência, limitando experiências diversificadas de ensino e aprendizagem.

ASSUNTO(S)

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