Ensino de química para alunos cegos : desafios no ensino médio

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/04/2012

RESUMO

A utilização de modelos no Ensino de Química vem atrelando o entendimento de vários conteúdos, tais como representação molecular, funções químicas, estequiometria, dentre outros, à significação visual. Esses conhecimentos tornam-se importantes para que haja uma formação crítica e consciente do aluno em relação à utilização das substâncias químicas nos seus problemas do dia-a-dia. Assim, torna-se essencial compreender como os alunos cegos podem aprender os conceitos de Química, uma vez que estes estão vinculados com as questões sociais nas quais os indivíduos estão envolvidos. Para entender o contexto de participação escolar desses alunos nas aulas de Química, foram entrevistados os alunos com deficiência visual de duas classes do primeiro ano do Ensino Médio, de uma escola estadual de uma cidade do interior do estado de São Paulo, seus professores de Química e a professora da sala de recursos. Ainda, para entender a dinâmica escolar das aulas de Química, foi realizada a observação participante nas aulas desta disciplina. Através deste acompanhamento, foi possível um maior contato com os alunos com deficiência visual, o que se tornou essencial para o conhecimento da rotina escolar dos mesmos. Em relação às dificuldades na aprendizagem de Química, pode-se dizer, a partir do contato com os alunos, que as mesmas estão relacionadas aos conteúdos que demandam percepção visual e interpretação espacial, como gráficos. Além da observação, foram realizadas, avaliações pedagógicas sobre o tema Substâncias e Misturas e Modelos Atômicos com o objetivo de entender como os alunos aprenderam os conceitos envolvidos nestas temáticas. A partir desses dados foi desenvolvido um plano de aula para trabalhar o tema atomística a partir dos pressupostos da pedagogia histórico-crítica. As aulas sobre teoria atômica resultaram na elaboração de um material didático-pedagógico com o objetivo de proporcionar ferramentas para esses alunos na apropriação dos conceitos químicos. O material foi utilizado nas aulas de Química e a elaboração de conceitos, a partir do mesmo, foi acompanhada durante o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

ASSUNTO(S)

educação especial química - ensino deficiência visual formação de conceitos pedagogia históricocrítica educacao especial chemistry teaching visual impairment conceptual elaboration

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