Emprego e acidentes de trabalho na indústria frigorífica em áreas de expansão do agronegócio, Mato Grosso, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde e Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-12

RESUMO

Os agravos à saúde do trabalhador vêm, historicamente, acompanhando o crescimento econômico e a diversificação dos processos produtivos. O agronegócio expandiu-se nas últimas três décadas no estado de Mato Grosso e nele a intensificação das atividades do setor pecuário traduziu-se na instalação de frigoríficos, aumento de empregos formais e acidentes de trabalho. Este estudo propôs-se a caracterizar os acidentes de trabalho em indústrias frigoríficas do estado de Mato Grosso no período de 2000 a 2005, contextualizando-os com o mercado de trabalho e a inserção da mão de obra, através da utilização dos indicadores de acidentes de trabalho oriundos das Comunicações de Acidentes do Trabalho do Ministério da Previdência Social, dados da RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego, e da PNAD, do IBGE. Os resultados apontaram para o crescimento de postos de trabalho com expressiva rotatividade, diminuição do salário de admissão (de 2,2 para 2,0 salários mínimos) e a maioria da mão de obra com baixa escolaridade. O setor frigorífico ocupou a segunda posição na estatística de doenças e acidentes de trabalho registrados no estado, cuja taxa de incidência cresceu de 41,2 para 46,5 acidentes de trabalho por mil trabalhadores, com maior incidência na faixa etária dos 18 aos 24 anos (49,8 acidentes/mil trabalhadores), atingindo principalmente os trabalhadores ocupados nas principais etapas do processo produtivo. Os resultados sugerem indícios de precarização do emprego e condições de trabalho na atividade frigorífica e insuficiência da ação de vigilância/fiscalização estatal no setor, bem como baixos investimentos dos empresários na saúde e segurança do trabalho.

ASSUNTO(S)

acidentes de trabalho mercado de trabalho indústria frigorífica agronegócio

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