Eficacia da vasopressina na ressuscitação da fibrilação ventricular prolongada : estudo experimental

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Introdução. Estudos experimentais e clínicos têm mostrado que uma pressão de perfusão coronariana (pPCor) maior que 20-30 mmHg é fundamental para que haja restauração da circulação espontânea (RCE), durante as manobras de RCR. O principal objetivo do presente estudo foi o de avaliar a eficácia da arginina-vasopressina (A VP), comparada com a adrenalina (ADR), a noradrenalina (NOR) e a angiotensina TI (AlI) (estudadas anteriormente), na PPCor e na RCE, num modelo canino de RCR da fibrilação ventricular (FV) prolongada (10 min). Metodologia. Dez animais mestiços, de ambos os sexos, pesando 14,3 :I: 2,6 kg, sedados com fentanilldroperidol e anestesiados com tiopental sódico (20 mg/k:g), mantidos em posição supina, foram intubados e ventilados com ar (VC: 20 mllkg; FR: 15/min - Harvard-Pump Animal Ventilator). As pressões de aorta torácica e átrio direito e o ECG (DII) foram registrados continuamente (Mingograf-804, SiemensElema). A FV foi induzi da eletricamente (4V, 500 mA, 60 Hz) por meio de um cabo de MP posicionado no VD, e a RCR manual (1 ventilação com ar / 5 compressões torácicas externas) foi iniciada 10 minutos depois. Ao final do 2° min de RCR, os animais receberam, por via IV central, A VP, 0,8U/kg (grupo E). As tentativas de desfibrilação foram iniciadas 2 min após a injeção das drogas, com choques espaçados de 15 seg, até a obtenção de um ritmo eletrocardiograficamente viável ou até o máximo de 6 choques terem sido aplicados. Os animais deste estudo foram comparados com os 40 animais estudados previamente, utilizando-se a mesma metodologia e que, divididos em quatro grupos iguais, receberam: salina (SAL), 10 ml (grupo A); ADR, 0,2 mg/k:g (grupo B); NOR, 0,2 mg!kg (grupo C); AlI, 0,1 mg/k:g (grupo D). Resultados. As pressões de perfusão coronariana (p1>Cor), mensuradas nos tempos-controle, pré-droga (2 RCR) e pós- drogas (4 RCR), foram, respectivamente: grupo A (SAL): 113,5 :I: 21,3; 7,6 :I: 9,8 e 11,2 :I: 14,2; grupo B (ADR): 117,5:I: 18,9; 8,0:I: 6,2 e 14,0:I: 7,6; grupo C (NOR): 108,8 :I:19,7; 1O,2:I: 4,7 e 27,0:I: 13,2; grupo D (Ali): 109,9 :I: 14,2; 6,4:I: 2,9 e 36,2:I: 9,9 e grupo E (A VP): 107,2:I: 13,1; 7,0 :I: 2,5 e 40,2:I: 19,5. Diferenças estatisticamente sIgnificativas na PPCor foram encontradas entre os grupos D (Ali) e E (A VP), em relação aos grupos A (SAL) e B (ADR), aos 4 de RCR (p <0,01). A RCE foi obtida em 1/10 dos animais nos grupos A e B, em 7/10 no grupo C e em 8/10 nos grupos D e E. Diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre os grupos C, D e E, em relação aos grupos A e B (p<0,01). Conclusão. A A VP (0,8U/kg) mostrou-se altamente eficaz para aumentar a PPCor e as taxas de RCE este modelo canino de RCR da FV prolongada. Sua eficácia foi comparável à da Ali (0,1 mg/kg) e à da NOR (0,2 mg1kg), conforme observado no grupo histórico. Estes achados indicam a necessidade de maiores investigações quanto ao papel de drogas vasopressoras alternativas à ADR para uso na RCR, especialmente as não-adrenérgicas, como a Ali e a AVP

ASSUNTO(S)

vasopressina

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