Efeitos in vivo e in vitro da lectina de Synadenium carinatum sobre a infecção murina por Leishmania (Leishmania) amazonensis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Introdução: As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, parasitos intracelulares de macrófagos, que se manifestam sob formas clínicas diversas. A resposta imune celular é a resposta protetora efetiva contra estes parasitos intracelulares. Lectinas de plantas são capazes de induzir a produção, por células mononucleares murinas, de IFN-γ, IL-12 e TNF-α, moléculas importantes em uma resposta celular Th1, requerida para o controle destas parasitoses. Objetivos: Analisar o efeito biológico da lectina de Synadenium carinatum (ScLL), associada ou não ao antígeno solúvel de Leishmania (SLA), sobre a infecção murina por L. (L.) amazonensis, avaliando seu perfil imunoestimulatório na lesão cutânea e em cultura de macrófagos. Materiais e Métodos: Para avaliar o potencial adjuvante de ScLL, grupos de cinco camundongos foram imunizados com diferentes concentrações desta lectina , associadas ou não ao SLA. A infecção destes animais com 10000000 promastigotas de L. (L.) amazonensis foi monitorada semanalmente pela medida da pata infectada durante 10 semanas, quando foram avaliadas as respostas celular e humoral por meio de DTH e ELISA, respectivamente, como também a expressão das citocinas IFN-γ, IL-4, IL-12, TNF-α e iNOS no local da lesão. O efeito imunoestimulatório de ScLL foi avaliado em cultura de macrófagos peritoneais murinos estimulados com esta lectina após 24, 48 e 72 horas de infecção por L. (L.) amazonensis, quando os sobrenadantes de cultura foram colhidos para determinação da produção de NO e IL-12. A expressão gênica de citocinas como IL-1β, IL-12, TNF-α e iNOS e a carga parasitária intracelular foram analisados após 24, 48 e 72 horas de infecção. Resultados: A lectina ScLL, na concentração de 10 μg/ml foi capaz de estimular a expressão das citocinas IL-1β, TNF-α e iNOS, in vitro, bem como de reduzir, de modo significativo, a proliferação de parasitos no interior de macrófagos. In vivo, esta lectina foi capaz de proteger parcialmente os camundongos imunizados, controlando o desenvolvimento da lesão e induzindo a expressão das citocinas, IFN-γ, IL-12, TNF-α e iNOS. Altos níveis de IgG2a e baixos de IgG1 foram detectados nos soros dos animais imunizados, sendo correlacionados com o controle da infecção. Conclusões: A lectina ScLL conferiu proteção parcial aos animais imunizados após desafio por L. (L.) amazonensis, induzindo um perfil de resposta imune capaz de controlar o parasitismo in vivo e in vitro. Em conjunto, os dados obtidos com ScLL sugerem que pode vir a ser utilizada como adjuvante em modelos experimentais de vacinação contra L. (L.) amazonensis.

ASSUNTO(S)

l. (l.) amazonensis adjuvante leishmaniose adjuvant lectina imunologia lectin synadenium carinatum infecção murina leishmania amazonensis murine infection

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