Efeitos hemodinâmicos e metabólicos iniciais da perfusão hipotérmica intestinal in situ.: avaliação de um novo modelo canino de autotransplante intestinal
AUTOR(ES)
Cruz Junior, Ruy Jorge, Correia, Cristiano de Jesus, Figueiredo, Luiz Francisco Poli de, Silva, Maurício Rocha e
FONTE
Acta Cirurgica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004-08
RESUMO
O transplante intestinal tem sido utilizado como uma alternativa promissora no tratamento da síndrome do intestino curto em pacientes adultos e pediátricos. Vários modelos experimentais foram desenvolvidos com a finalidade de testar diferentes soluções de preservação. No entanto são modelos complexos que levam, muitas vezes, um tempo prolongado para a sua realização. OBJETIVO: Neste estudo, desenvolvemos um modelo alternativo de autotransplante intestinal in situ analisando os efeitos hemodinâmicos e metabólicos iniciais da perfusão hipotérmica com solução de Ringer lactato. MÉTODOS: Foram utilizados seis cães machos sem raça definida (22,8±1,4 Kg); as variáveis hemodinâmicas sistêmicas foram obtidas por meio de cateter arterial e pelo Swan-Ganz. A perfusão do trato gastrintestinal foi avaliada pela medida do fluxo sangüíneo da veia mesentérica superior (FSVMS, fluxômetro ultra-sônico), e através da medida do pCO2 intestinal (pCO2-int e pCO2-gap, tonometria a gás). Inicialmente realizamos a secção do jejuno proximal e íleo distal e isolamento dos vasos mesentéricos com fitas cardíacas, todo o tecido nervoso e linfático em torno do eixo vascular intestinal foi seccionado. O território mesentérico foi perfundido através da artéria mesentérica superior por 30 minutos com 1000 ml de Ringer lactato a 4ºC, e o efluente drenado através de uma pequena incisão na veia mesentérica superior. Os animais foram observados por 120 min após o inicio do período de reperfusão. Amostras de sangue foram obtidas da aorta abdominal, para análise gasométrica. RESULTADOS: A perfusão intestinal hipotérmica induziu uma redução do FSMVS apenas nos primeiros 30 min de reperfusão (587±70,9 para 398±102,8 ml/min) e um aumento do pCO2-gap (2±2,7 para 29,8±6 mmHg). Não foram observadas alterações significativas em relação a parâmetros hemodinâmicos e metabólicos sistêmicos (PAM, DC, pH, excesso de bases, hemoglobina) assim como na temperatura central. CONCLUSÃO: O modelo de autotransplante intestinal é extremamente útil e de fácil execução, para a avaliação inicial de soluções de preservação e/ou drogas antioxidantes, comumente utilizadas no transplante de intestino.
ASSUNTO(S)
transplante intestinal tonometria a gás perfusão hipotérmica soluções de preservação
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