Efeitos do treinamento de força para os membros inferiores em pacientes com DPOC que participaram de um programa de reabilitação pulmonar
AUTOR(ES)
Canterle, Dáversom Bordin
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença sistêmica prevenível e tratável que se caracteriza pela diminuição do fluxo aéreo não totalmente reversível, levando a intolerância ao exercício, interferindo na execução das atividades de vida diária e reduzindo a qualidade de vida dos pacientes. A reabilitação pulmonar é uma forma multidisciplinar de tratamento que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida, aumentar a tolerância ao exercício, reduzindo os sintomas de fadiga e dispnéia. Já está bem demonstrado através de estudos controlados e randomizados a eficácia do treinamento da resistência para membros inferiores, porém existem dúvidas se trabalhar força e resistência de maneira combinada pode modificar os resultados. Objetivo: Comparar os treinamentos para os membros inferiores, de força e resistência com o de resistência, em pacientes portadores de DPOC que realizaram um programa de reabilitação pulmonar. Pacientes e métodos: Após a avaliação médica para confirmação do diagnóstico da doença, 27 pacientes, que participaram de um programa de reabilitação pulmonar, foram randomizados para um de dois grupos: o Grupo 1 (G1) (n=13) realizou apenas o treinamento de resistência dos membros inferiores, enquanto os pacientes do Grupo 2 (G2) (n=14), treinaram resistência e força combinadas para membros inferiores. As variáveis analisadas antes e após o treinamento foram obtidas através dos seguintes testes: teste de caminhada de seis minutos, teste de carga máxima, trabalho de caminhada, questionário Saint George de qualidade de vida, percepção de esforço pela escala de Borg, e circunferência de coxa e perna. Resultados: No teste de caminhada houve aumento da distância percorrida após o programa intragrupos [G1(distância pré: 343,38±136,11m vs. distância pós: 396,81±96,46; p=0,048)], e [G2 (distância pré: 367,28±125,11 vs. distância pós: 392,84±118,16, p=0,160)]. Nos testes de carga máxima obteve-se os seguintes resultados: G1 (extensão de joelhos pré: 32±13kg vs. peso pós: 38±14kg; p=0,016); (flexão de joelhos pré: 5,85±2,0kg vs. pós: 7,7±3,1kg; p=0,007); (flexão plantar direito pré: 20,75±4,78 repetições vs. pós:21,58±7,22 repetições; p=0,73), (flexão plantar esquerda pré:21,67±5,48 repetições vs. pós:20,92±7,36 repetições; p=0,74) e G2 (peso em extensão de joelhos pré: 33,43±16kg vs. peso pós: 44±16,40kg; p=0,0001); (flexão de joelhos pré: 5,23±3,19kg vs. pós: 7,92±3,75kg; p=0,0001); (flexão plantar direito pré: 20,17±5,82 repetições vs. pós: 29,33±11,59 repetições; p=0,001); (flexão plantar esquerda pré: 20,45±6,34 repetições vs. pós: 30,91±10,48 repetições; p=0,0001). Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no trabalho de caminhada tanto intragrupos quanto entre os grupos G1 e G2. Observou-se uma melhora com relação à qualidade de vida representada pela redução total de 21,77 pontos percentuais no G1 e 22,54 pontos percentuais no G2, sem diferença estatisticamente significativa entre os grupos. A percepção de dispnéia através da escala de Borg não mostra redução significativa tanto intragrupos quanto entre os grupos [ G1 (Borg pré: 4,27±2,71 vs. pós: 2,88±1,98; p=0,091)] e [G2 (Borg pré: 4,86±3,30 vs. pós: 3,79±2,63; p=0,24)]. Quando comparados os resultados após o programa entre os grupos (G1 e G2), houve diferença estatística no teste de carga máxima apenas no movimento de flexão plantar direita e esquerda, sendo na esquerda significativamente maior (G1 Δ: -0,75 repetições vs. G2 Δ: 10,46 repetições, p=0,001), nas demais variáveis estudadas não houve diferença estatística significativa. Conclusão: Nesta população estudada os dois grupos melhoraram a qualidade de vida e a força nos movimentos de flexão e extensão dos joelhos. No entanto, o treinamento combinado de força e resistência não se mostrou superior ao treinamento isolado da resistência para membros inferiores.
ASSUNTO(S)
doença pulmonar obstrutiva crônica pulmonary rehabilitation exercício leg training physical exercises extremidade inferior copd
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/14703Documentos Relacionados
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