Efeitos da expansão maxilar na função auditiva e vocal em pacientes sem fissura labiopalatina e com fissura labiopalatina e deficiência maxilar transversa: um estudo controlado multicêntrico e randomizado

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-05

RESUMO

Resumo Introdução A associação entre o tratamento da deficiência maxilar transversa e a recuperação das funções auditivas e vocais ganhou atenção nos últimos anos. Objetivo Avaliar os efeitos da expansão rápida da maxila na função auditiva e vocal em crianças sem fissura labiopalatina e com fissura labiopalatina bilateral com deficiência maxilar transversa. Método Foram recrutados para este estudo 53 pacientes (26 sem fissura e 27 com fissura labiopalatina bilateral; média de 11,1 ± 1,8 anos) que necessitam de expansão rápida da maxila para correção de arcos maxilares estreitos. Oito subgrupos foram estabelecidos com base no grau de perda auditiva. Registros audiométricos e timpanométricos de tons puros foram obtidos para cada indivíduo em quatro períodos. Os primeiros registros foram obtidos antes da expansão rápida da maxila (T0), o segundo após a expansão (T1) (média de 0,8 meses), o terceiro após três meses (T2) (média de 3 meses) e o quarto no fim do período de retenção (T3) (média de 6 meses). Anova e o teste post-hoc de Tukey HSD foram usados para análise dos dados. Além disso, a análise da voz foi feita com um programa PRAAT atualizado em um laboratório de fala computadorizadaem T0 e T2. Foi usado um teste t de amostras pareadas para comparação dos valores médios dos parâmetros de voz em T0 e T2 nos dois grupos. Resultados O tratamento com expansão rápida da maxila produziu um aumento significativo nos níveis auditivos e nos volumes da orelha média de todos os pacientes sem fissura e pacientes com fissura labiopalatina bilateral e níveis auditivos normais e com perda auditiva condutiva leve, durante os períodos de observação T0-T1, T1-T2, T0-T2 e T0-T3 (p < 0,05). Aumento significativo foi observado nos volumes da orelha média direita durante os períodos T0-T1, T0-T2 e T0-T3 em pacientes sem fissura e com perda auditiva moderada. Para a análise de voz, diferenças significantes foram observadas apenas entre a frequência fundamental média T0 e T2 (F0) e a porcentagem de jitter (p < 0,05) no grupo sem fissura. No grupo com fissura, não foram observadas diferenças significantes para nenhum parâmetro de voz entre os períodos T0 e T2. Conclusão A correção da anatomia palatal pela expansão rápida da maxila tem um efeito benéfico tanto na melhoria da audição quanto na função normal da orelha média em pacientes sem fissura e com fissura labiopalatina bilateral. Da mesma forma, a expansão rápida da maxila influencia significativamente a qualidade da voz em pacientes sem fissura, sem efeito significativo em pacientes com fissura labiopalatina bilateral.

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