Efeitos da estimulação nervosa elétrica transcutânea na vascularização placentária de ratas com restrição induzida ao fluxo uterino.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: Frente aos altos índices de morbimortalidade fetal relacionados a gestações complicadas por insuficiência placentária e restrição do crescimento intra-uterino e baseado em trabalhos que citam a Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) como forma de tratamento da insuficiência placentária, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da TENS sobre o desenvolvimento fetal e placentário em gestações com restrição do fluxo sangüíneo útero-placentário induzido experimentalmente por meio do clampeamento da artéria uterina. Material e métodos: Foram analisadas dezesseis ratas de linhagem Wistar, submetidas à cirurgia de clampeamento da artéria uterina direita no décimo quinto dia de gestação, das quais quatro foram incluídas no grupo de animais com clampeamento da artéria uterina e submetidas à TENS (CE), quatro no grupo com clampeamento e não submetidas à TENS (CS), quatro no grupo em que foi passado fio em torno da artéria uterina e com estímulo (FE) e quatro no grupo com fio e sem estímulo. As sessões de eletroestimulação foram realizadas desde o pós-operatório imediato, até o décimo nono dia de gestação, com duração de trinta minutos por sessão, uma sessão ao dia. No décimo nono dia de gestação as ratas foram eutanasiadas, e os fetos e placentas foram pesados e medidos. Para análise dos vasos placentários, foi realizada a técnica de imunohistoquímica para fator VIII. Resultados: Os casos com clampeamento apresentaram maior número de reabsorções fetais (p=0,017). O peso fetal foi menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,01). O comprimento fetal foi menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,002). O peso placentário foi menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p<0,001). O volume placentário foi menor nos casos com clampeamento (p<0,001) e com estímulo (p=0,016). Os casos com estímulo apresentaram menor número de vasos placentários (p<0,001), independente do procedimento (p=0,828). Houve correlação positiva entre o número de fetos e reabsorções (p=0,00444), entre o peso placentário e o peso fetal (p<0,001) e, nos casos estimulados, entre o número de vasos placentários e número de fetos (p=0,0131). Houve correlação negativa entre o comprimento fetal e o número de fetos nos casos estimulados (p=0,0150). Conclusões: O estímulo não aumentou o número de vasos placentários e parece não ter uma contribuição benéfica para o desenvolvimento fetal e placentário em ratas com restrição do fluxo uterino. Sugere-se que a TENS seja usada com cautela durante a gestação, pois seus parâmetros de utilização podem ter efeitos prejudiciais para o desenvolvimento intra-uterino.

ASSUNTO(S)

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