Efeito da melatonina na sobrevivencia de motoneuronios espinhais e regeneração axonal em ratos neonatos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A morte neuronal pode ser induzida em roedores nas primeiras semanas neonatal após a axotomia pelo esmagamento ou secção do nervo periférico. Tem-se aventada a hipótese de que a interrupção do aporte de fatores neurotróficos, sintetizados pelas células alvo seja a principal causa da morte destas células. Acredita-se que a ausência desses fatores favoreça a ocorrência de reações intracelulares, levando ao aumento da produção de radicais livres e conseqüente morte celular. A par desses relatos sugere-se que os motoneurônios tornam-se mais vulneráveis aos efeitos excitotóxicos na privação desses agentes neurotróficos. Assim, diferentes substâncias antioxidantes e inibidoras da biossíntese de radicais livres vêm sendo testadas em diferentes modelos experimentais no intuito de promover a sobrevivência das células neuronais e regeneração axonal após processo lesivo. Recentemente, evidenciou-se importante efeito antioxidante da melatonina em diversos sistemas biológicos. Por sua natureza altamente lipofílica, tem fácil acesso ao sistema nervoso central, onde foi demonstrada sua capacidade de inibir a ação de radicais livres induzida por substâncias oxidantes em ratos adultos. Experimentos realizados em nosso laboratório mostraram que a melatonina, administrada na dose de 1,0mg/Kg exerceu eficaz ação neuroprotetora sobre os motoneurônios axotomizados em ratos neonatos (P2). Com objetivo de melhor compreender a participação desta substância neuroprotetora durante o tratamento prolongado com a mesma, técnicas de marcação retrógrada foram utilizadas para identificação e contagem do grupamento motor do nervo ciático. Foi obtido um número maior de motoneurônios marcados com traçador retrógrado nos animais tratados com melatonina após 30 e 60 dias pós-lesão. Análises quantitativas foram realizadas nos axônios regenerados do nervo tibial. Verificamos que a ação neuroprotetora capacitou os neurônios sobreviventes a acelerar o processo de regeneração de suas fibras mielínicas após o esmagamento, quando os diferentes tempos de sobrevida foram comparados. Porém, não houve diferença significativa no número computado de axônios entre os animais tratados com melatonina ou veículo após 23 e 53 dias de lesão. Observamos que a melatonina e sua ação contra a formação de radicais livres não foi capaz de manter um número significativo de motoneurônios sobreviventes quando comparado aos animais normais

ASSUNTO(S)

melatonina regeneração (biologia)

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