Efeito da ingestão crônica de cafeína e do treinamento físico sobre as respostas cardiovasculares

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/12/2010

RESUMO

Introdução: A cafeína é uma substância consumida pela população em muitos países, estando presente em diferentes alimentos. Considerando que a cafeína pode provocar alterações cardiovasculares quando utilizada a longo prazo, torna-se necessário investigar seus efeitos quando utilizada cronicamente em protocolos de treinamento físico. Objetivos: Revisar a literatura sobre o comportamento na pressão arterial (PA) de repouso decorrente da ingestão crônica de cafeína e verificar a respostas cardiovasculares de ratos submetidos a um período de treinamento físico com suplementação de cafeína. Metódos: Para contemplar os objetivos propostos, a presente dissertação foi composta por dois estudos. No primeiro, foi realizada uma revisão da literatura na base de dados Medline, Lilacs e Scielo, considerando válidos os estudos que investigaram o comportamento da PA e a ingestão crônica de cafeína em humanos e animais hipertensos e normotensos. O segundo estudo foi realizado, com 32 ratos Wistar (250g) normotensos, divididos em quatro grupos: controle (CO), controle com cafeína (COCAF), treinados controle (TCO) e treinados com cafeína (TCAF). Os animais dos grupos TCO e TCAF foram submetidos ao treinamento físico de natação durante 21 dias; os grupos COCAF e TCAF foram suplementados com 1mg/ml de cafeína diluída em água potável, durante um período de 29 dias, por meio de ingestão voluntária. O registro da pressão arterial média (PAM), frequência cardiaca (FC) e variabilidade da frequência cardiaca (VFC) foi realizado através de uma cânula previamente implantada na artéria femoral. As análises do peso corporal e do coração e as análises na morfológica e histológica do coração foram feitas após o sacrifício dos animais. Resultados: A revisão da literatura mostrou que a maioria dos estudos com humanos normotensos e hipertensos ou com ratos normotensos não verificou aumento na PA após ingestão crônica de cafeína. Entretanto, em ratos hipertensos, a PA aumentou. Após o protocolo experimental, os valores de peso (corporal e coração), PAM, FC de repouso e as análises morfológicas e histológicas do coração, entre os grupos não demonstraram diferença significativa.Entretanto, em relação à VFC houve diminuição nos componentes de LFnorm (baixa frequência) e LF/HF (razão baixa e alta frequência) no grupo TCAF em relação ao grupo COCAF (p<0,02 e p<0,03, respectivamente). Houve também aumento no grupo COCAF em relação ao grupo CO no componente LFnorm (p<0,05). Os resultados também mostraram aumento no peso relativo do coração nos grupos TCO (p<0,04) e TCAF (p<0,03) em relação ao grupo CO. Entretanto, houve aumento no grupo TCAF apenas em relação ao grupo COCAF (p<0,05). Conclusão: Aparentemente, a ingestão crônica de cafeína não modifica as respostas hemodinâmicas ao coração de ratos normotensos. Contudo, os dados da presente dissertação identificaram que adaptações sofridas pelo treinamento físico acarretaram em diminuição na resposta simpatica e aumento no peso relativo do coração, sugerindo que o exercício físico tem papel benéfico nos ajustes cardiovasculares.

ASSUNTO(S)

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