Educação e liberdade em Jean-Jacques Rousseau.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Diferentes modos de compreender a liberdade e a educação nos levam às respostas para o que nos resta da herança iluminista que encontramos em Jean-Jacques Rousseau. Este, como primeiro crítico da modernidade, abre uma discussão em torno das ciências e das artes para nos falar da origem e dos fundamentos da desigualdade entre os homens. Lançadas as questões a respeito da depravação humana que foi se construindo na história, agora é o momento de repensarmos a educação, considerando para tanto uma nova forma de compreender a infância. Considerando a necessidade de se investir na formação humana, damo-nos conta de que a educação se faz como um processo, no qual há três tipos de mestres: a natureza, as coisas e os homens. Faz-se necessário priorizar a educação segundo as determinações da natureza, ao contrário do que acontece na sociedade conhecida, onde a educação dos homens se sobrepõe as demais educações. Prioriza-se a educação da natureza quando se considera a necessidade de pensar a criança como criança e o adulto como adulto. É preciso haver um contrato pedagógico para que, no processo de formação, seja possível ao preceptor conduzir o educando à sua autocondução à medida que for interpretando devidamente as predisposições naturais que se encontram em cada um já ao nascer. Disso se conclui que é necessário considerar a educação a partir do nascimento do indivíduo que passará por fases distintas de desenvolvimento até se tornar um adulto. Seguindo os desígnios da natureza, chega-se à adolescência feliz. Nela, encontrar-se-á preparado para a aquisição da sua formação moral com a qual se inserirá no convívio social, passando pelo casamento, organizando uma família e tornando-se partícipe do contrato social que fundará uma república. Nesta, sendo o povo soberano, troca a sua liberdade natural pela liberdade civil expressa e reconhecida na vontade geral. É, pois, na família, que se forma o homem que poderá se firmar como cidadão, escolhendo o lugar para morar e tornando-se co-responsável pela república em que habite. Mas isso somente será possível quando houver a passagem da liberdade à educação, considerando que, da mesma forma que o homem saiu do estado de natureza para o estado civil, cada um sai da sua infância à fase adulta, sendo-lhe necessária a formação física e moral para se autoconduzir como cidadão. Como membro do Estado, poderá ser visto simplesmente como súdito, mas também poderá ser um magistrado ou parte do governo. Em qualquer desses casos, parte da soberania. E a cidadania formar-se-á pela educação e a liberdade e as diferentes formas de contrato que somente poderão se fazer entre pessoas livres e educadas.

ASSUNTO(S)

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