Ecofisiologia e fitotecnia do cultivo protegido de videiras cv. Moscato Giallo (Vitis vinifera L.) / Ecophysiology and crop science in protected cultivation of Grapevine cv. Moscato Giallo (Vitis vinifera L.)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O excesso de chuvas durante o período de maturação limita a produção e a qualidade das uvas na “Serra Gaúcha”, no Sul do Brasil. Este estudo teve por objetivo avaliar o comportamento fenológico, relações hídricas e trocas gasosas, influências na incidência de doenças fúngicas, crescimento, rendimento e qualidade da uva e do vinho, em função das condições microclimáticas estabelecidas pela cobertura plástica sobre os vinhedos. Sete experimentos foram realizados em Flores da Cunha, RS, Brasil (29°06’S, 51°20’W, 541 m) nos ciclos 2005/06 e 2006/07. Foram utilizadas 12 fileiras de plantas com 35 m de extensão cada uma, sobre as quais foi instalada cobertura plástica impermeável tipo ráfia (160 μm), e em outras cinco fileiras com o mesmo comprimento foram deixadas sem cobertura. Foi utilizado um vinhedo da cultivar Moscato Giallo, de sete anos de idade conduzido em “Y”. A cobertura plástica aumenta a temperatura próximo ao dossel vegetativo, não influencia a umidade relativa do ar, diminui a radiação fotossinteticamente ativa e a velocidade do vento e, restringe a água livre sobre as folhas e cachos. Com o aumento do somatório térmico, as plantas cobertas antecipam o início da brotação e reduzem a duração dos subperíodos fenológicos até a mudança de cor das bagas. Entretanto, a redução da radiação solar, propiciada pela cobertura plástica, atrasa o processo de maturação das uvas. Sendo assim, para utilizar a cobertura plástica é necessário alterar as práticas culturais, como a necessidade de poda verde para reduzir os efeitos da restrição de luminosidade e o atraso na data de colheita, em relação ao cultivo descoberto. Esta tecnologia se apresenta como um atenuante de estresses hídricos, favorecendo a condutância estomática e, conseqüentemente, a assimilação de carbono. As alterações microclimáticas ocasionadas pela cobertura não permitem o estabelecimento do míldio, mesmo havendo maior quantidade de esporangiosporos de Plasmopara viticola, e diminuem a incidência e severidade de podridões de cacho. Por outro lado, o acúmulo residual de fungicidas é maior na área coberta em relação à descoberta. As folhas das plantas cobertas apresentam um incremento na espessura do parênquima paliçádico. O uso da cobertura plástica possibilita um incremento em produtividade. O aumento da temperatura sob cobertura plástica ocasiona a diminuição da concentração de ácido málico nas bagas. Os vinhos oriundos da área coberta são beneficiados tendo uma redução nos níveis de acetato de etila e acidez volátil devido à sanidade das uvas.

ASSUNTO(S)

ecofisiologia vegetal uva

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