E o verbo se fez homem: as iconofagias midiáticas e as estratégias de docilização da sociedade de controle

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo geral desta pesquisa é analisar os modos pelos quais as estratégias da sociedade de controle encontram no regime discursivo da propaganda e da publicidade um terreno fértil para atingir seu ponto máximo: o corpo. Investigamos como estes regimes balizam operadores que visam modelar o corpo e a subjetividade e onde estes encontram formas de resistência. Sobre o corpo debruçam-se, além dos múltiplos afetos, desejos e humores, olhares atentos neste palco privilegiado das manifestações das experiências humanas. Lugar de conflitos, de explicitação de alteridades e de revelação dos traços identitários, o corpo tem ganhado contornos definidos em pesquisas das mais diversas áreas do conhecimento. Entendemos que a ciência da comunicação apresenta-se como locus privilegiado para o estudo deste polifônico objeto. Três princípios foram fundamentais para o trabalho de pesquisa e para a construção dos procedimentos analíticos: as reflexões em torno da noção de sociedade disciplinar, desenvolvida por Michel Foucault conseqüentemente a noção de sociedade de controle que Deleuze deriva deste conceito; as noções de vertical e horizontal que Harry Pross cunhou; e a noção de iconofagia proposta por Norval Baitello Júnior. Com a primeira noção buscamos compreender como as linhas de força das duas sociedades (a disciplinar e a de controle) atuam como conformadoras de corpos, identidades e subjetividades. Com a segunda observamos como os corpos desenvolvem mecanismos de resistência frente aos processos iconofágicos existentes no regime discursivo pesquisado. Com a terceira procuramos descobrir na dimensão relacional do cotidiano o aspecto positivo da iconofagia como instrumento de resistência. O objeto empírico da pesquisa são textos verbo-visuais veiculados na revista espanhola Zero (revistas de estilo, entretenimento e comportamento destinadas aos gays). Contrastamos os textos verbo-visuais da revista Zero com os das revistas francesas Têtu (segmentada para homossexuais), Numéro Homme, Vogue Homme e Le Officel Homme (não segmentadas para homossexuais). Tal contraste teve como função detectar as semelhanças e as diferenças entre os textos verbo-visuais que narram o corpo do homem. Entendemos estes textos como espaços de experiências semióticas complexas, nos quais diversos planos de significação se articulam para a composição da mensagem

ASSUNTO(S)

horizontal comunicacao vertical subjectivity iconofagia horizontal homosexuality controle social subjetividade homossexualidade vertical iconofagia corpo humano

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