Dualidade, pessoa e transformação : relações sociocosmológicas mbyá-guarani no contexto de três aldeias no RS-Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O presente trabalho busca apreender a pessoa mbyá a partir de suas relações com os demais seres do cosmos, tendo como premissa a tríade corporalidade, pessoa e aguyje (condição de perfeição). O imbricamento de noções de corpo e pessoa à luz de teorias contemporâneas pautadas por reflexões acerca da perspectiva, da intencionalidade, também é utilizado para pensar em termos de uma socialidade mais alargada. Isso significa abarcar diferentes humanidades constitutivas de uma sociocosmologia ameríndia onde o entendimento de corpo não decorre de uma forma fixa, mas, sim, de uma noção derivada da necessidade de intervenções contínuas. Fazer-se enquanto corpo-pessoa mbyá demanda investimento em manter sua forma. A dualidade da alma enquanto aposta teórica que atrela etnografia à bibliografia clássica guarani, abarca a compreensão de restrições/prescrições alimentares/sexuais, condutas, sentimentos, a fim de investir em uma transformação do corpo em direção contrária ao de uma metamorfose, o djepotá. Metamorfose e fabricação do corpo-pessoa como indissociáveis, importando considerar a sobreposição da almapalavra (nhe’e) à alma telúrica (angué), mirando-se na leveza do corpo como direção ao aguyje. O contexto etnográfico refere-se às aldeias da Estiva (tekoá Nhuundy), de Itapuã (tekoá Pindó Mirim) e do Cantagalo (tekoá Jatai’ty), as duas primeiras na Bacia Litoral Média e a terceira na Bacia do Guaiba, nos arredores da cidade de Porto Alegre.

ASSUNTO(S)

rio grande do sul personne antropologia social corps et transformation corporalidade etnografia sociocosmologia doces comunidade indígena Índios mbyá-guarani

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