Doença holandesa no Brasil: ensaios sobre taxa de câmbio, perfil exportador, desindustrialização e crescimento econômico
AUTOR(ES)
Michele Polline Verissimo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Esta tese de doutorado teve como objetivo principal investigar empiricamente a hipótese da doença holandesa (Dutch disease) para o Brasil no período 1995-2009. Para isso, a análise tomou como ponto de partida o seguinte problema: Existem evidências capazes de comprovar uma relação entre a especialização das exportações em commodities e a apreciação da taxa de câmbio real brasileira no período recente? A hipótese do trabalho é a de que o contexto de apreciação cambial e de aumento dos preços internacionais das commodities, especialmente pós-2003, foram propícios à manifestação dos sintomas da doença holandesa no Brasil. A pesquisa foi organizada em três ensaios interdependentes. O Ensaio 1 investigou a relação entre câmbio, exportações de commodities e crescimento econômico, segundo a literatura da maldição dos recursos naturais. O Ensaio 2 analisou a relação entre taxa de câmbio e preços das commodities, conforme a literatura sobre commodities currencies para países ricos em recursos naturais. E o Ensaio 3 avaliou os impactos do câmbio e dos preços das commodities sobre a produção e o emprego dos setores industriais em busca de indícios de desindustrialização. Os resultados da investigação empírica apontaram algumas evidências sugestivas de doença holandesa no Brasil. Neste sentido, obteve-se uma importância significativa das exportações e dos preços das commodities, em especial alimentos e matérias-primas, para explicar a apreciação cambial e o desempenho econômico brasileiro no período recente. Ademais, verificou-se uma contribuição do aumento dos preços de certas commodities (alimentos e matérias-primas) para a apreciação cambial. Por fim, foram obtidas evidências de necessidade de um câmbio competitivo para estimular a produção e o emprego de determinados sub-setores da indústria, ao passo que os altos preços das commodities tiveram um efeito negativo sobre as variáveis industriais. Em linhas gerais, os resultados desta tese revelaram a importância da utilização dos indicadores de preços e exportações de commodities específicas (alimentos, matérias-primas, minerais e energia) para se captar os sinais da doença holandesa no Brasil. Além disso, as evidências se mostraram mais robustas para a análise do problema em uma perspectiva de longo prazo, o que corrobora a dificuldade dos trabalhos que tentam apreender a caso da doença holandesa no Brasil com análises de curto prazo.
ASSUNTO(S)
doença holandesa taxa de câmbio preços de commodities desindustrialização brasil economia relações econômicas internacionais câmbio controle de mercadorias dutch disease exchange rate commodities prices deindustrialization brazil
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3294Documentos Relacionados
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